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KARINE ALVES

Repórter da Globo relata “olhares invasivos” de homens no Catar

Imagem com foto de Karine Alves, repórter da Globo que está participando da cobertura da Copa no Catar
Karine Alves, repórter da Globo; jornalista está participando da cobertura da Copa no Catar (foto: Globo/João Cotta)

Karine Alves, repórter da Globo que está participando da cobertura da Copa do Mundo no Catar, relatou que não tem sido fácil a experiência vivida no país do Oriente Médio. Em entrevista, a jornalista contou que um dos pontos negativos do trabalho por lá são os olhares invasivos dos homens nas ruas. “Muitas vezes estamos passando na rua ou gravando, trabalhando, e nos sentimos intimidadas. É um olhar invasivo, que deixa a mulher desconfortável”, disse ela, que além dos telejornais da Globo, também participa intensivamente das atrações esportivas do SporTV.

A jornalista ressalta, no entanto, que apesar do ponto negativo, a experiência de trabalhar na cobertura da Copa do Mundo no Catar está sendo melhor do que ela imaginava. Ela explicou que o país está sendo “bem tolerante”, mesmo com as leis rígidas, principalmente contra mulheres e protestos. “Não sabia direito o que ia encontrar aqui. Quando cheguei, encontrei um país que, pelo menos nas áreas onde tem mais turistas, está sendo bem tolerante. Não chego a sentir medo, mas fico mais alerta, cautelosa. Até para respeitar a cultura também, que é totalmente diferente da nossa, e compreender até onde vai o nosso limite para não desrespeitar o próximo”, ponderou.

Na mesma entrevista, Karine Alves celebrou a conquista de se tornar repórter na cobertura do Mundial da Fifa (Federação Internacional de Futebol), e que não considera uma vitória apenas sua. “Cobrir uma Copa do Mundo in loco tem sido a realização de um sonho. É mais uma vitória que eu consegui. É uma conquista coletiva, minha e de outras mulheres que se espelham e que também querem seguir essa carreira”, declarou ela em conversa com o jornal O Globo.

“Nós, mulheres, estamos ocupando um lugar que já deveríamos ter ocupado há muito tempo. Pela primeira vez em uma Copa do Mundo, a gente tem arbitragem feminina e uma brasileira como assistente. Então é algo que eu, como mulher e negra, trato como uma vitória coletiva. Mas não basta apenas o número de mulheres aumentar numa cobertura de Copa do Mundo de futebol masculino. Precisamos ver mais diversidade, mais mulheres negras, mais pessoas que fujam de um antigo padrão que era exigido”, concluiu a repórter esportiva da Globo.

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