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ATRIZ TRANSGÊNERO

No ar em Mar do Sertão, Jade Sassará comemora a representatividade na TV

Cena da novela Mar do Sertão
Jade Sassará falou sobre papel em Mar do Sertão (foto: Reprodução/Globo)

A novela Mar do Sertão tem sido um grande laboratório. A atriz Jade Sassará comemorou a representatividade na televisão e falou sobre o papel como Aleluia. A contratada da Globo revelou que o convite para uma parte cômica na novela das seis fez com que ela ficasse intimidada, mas decidiu aceitar.

“O convite me instigou. Gosto muito de me sentir desafiada. Está sendo um prazer viver a Aleluia. Dou meu tom cômico de forma gostosa e fluida. Durante muito tempo tive dificuldade de entender esse lugar da artista multidisciplinar em mim. Achava que se não fizesse uma única coisa, jamais seria reconhecida. Sempre fui tanto da música como de outras pesquisas do campo criativo. Sempre fui muito experimental, de querer entender a minha forma de me relacionar com o instrumento”, afirmou.

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Atriz transgênero, Jade Sassará comemorou o espaço na trama. “Eu vivi a benção e a honra de cruzar o caminho de outras travestis, de outras pessoas trans em São Paulo, quando fui morar lá. Elas foram minhas referências e alimentaram a minha coragem para me afirmar e para me reconhecer como pessoa trans. A falta de referência faz a gente viver muita angústia. As referências fazem toda a diferença nesse processo do nosso imaginário, da gente imaginar o que a gente pode ser, o que a gente quer ser”, pontuou ao gshow.

“Que corpos estranhos possam habitar lugares para além da violência. Possam habitar lugares de prosperidade, de amor. Lugares de humanidade. Que eu possa fazer a diferença na vida de uma pessoa trans, esteja onde ela estiver. As pessoas, pela falta de referência, não sabem lidar com corpos estranhos”, declarou.

A atriz de Mar do Sertão destacou a própria trajetória. “Em 2020 eu comecei a usar nome feminino. Assim, tive mais uma mudança de nome. Essas transições são eternas. Uma das poucas coisas que eu consigo me reconhecer é na mutabilidade, na transmutação das coisas. Sinto que o processo de mudanças e transições é muito constante e muito intenso na minha vida. E isso é delicado na relação das pessoas que cobram sempre um lugar fixo, um lugar permanente.”

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