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DEIXOU A PRESIDÊNCIA DO GRUPO

Tutinha é afastado do comando da Jovem Pan News após desastre em Brasília

Foto de Tutinha, da Jovem Pan News
Tutinha foi afastado do comando da Jovem Pan News (foto: Divulgação/Grupo Jovem Pan)

Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, não é mais o principal executivo da Jovem Pan News: ele foi afastado do canal de notícias e também da presidência do Grupo Jovem Pan no final da manhã desta segunda (9), depois da desastrosa abordagem adotada pela companhia na cobertura dos ataques terroristas em Brasília. A partir de agora, a emissora de televisão e os outros veículos do Grupo Jovem Pan passam a ser gerenciados por Roberto Araújo, que acumulará a presidência da empresa com o cargo de CEO, posto em que está desde 2014.

Oficialmente, a Jovem Pan diz que Tutinha renunciou à presidência do grupo e permanecerá apenas como acionista do conglomerado. Nos bastidores, porém, a história tem sido contada de outra maneira: a reportagem do TV Pop apurou com profissionais de diversos níveis hierárquicos que ele foi afastado do cargo por seu pai, o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta. A cobertura dominical teria sido a gota d’água para que ele afastasse o filho: além de ter feito entradas ao vivo na TV, uma repórter estava no grupo de terroristas que invadiram os três poderes.

Criador do Pânico na TV e responsável por presidir o Grupo Jovem Pan desde 2013, Tutinha era conhecido nos bastidores por seu comportamento instável. A criação de um canal de televisão foi o sonho de uma vida, mas ele não soube lidar com o poder e passou a acumular uma série de decisões questionáveis: empreendeu brigas com a imprensa só para descredibilizar outros veículos de comunicação, demitia jornalistas quando acordava de mau humor e, depois da derrota de Jair Bolsonaro, fez de tudo para se descolar da imagem de apoiador ferrenho do ex-presidente.

Executivo de carreira, Roberto Araújo terá a missão de profissionalizar a gestão da Jovem Pan e de afastar, de uma vez por todas, a companhia da extrema-direita. Em julho, quando ainda atuava apenas como CEO do conglomerado, ele já havia sinalizado que terá mais boa vontade com Luiz Inácio Lula da Silva do que seu antecessor na presidência da empresa. “Se o Lula quiser vir aqui dar duas horas de entrevista, será muito bem recebido. Prezamos muito o relacionamento com a nossa audiência. Não é agora que vamos quebrar um legado de 80 anos”, afirmou.

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