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ERICK BRÊTAS

Viva corta capítulos de Malhação para eliminar cena polêmica; diretor da Globo justifica

Imagem com foto dos atores André Marques, Luiza Mariani, Bruno de Luca, Daniele Valente, Juliana Baroni, Alexandre Barillari e Bruno Gradim em Malhação 1998; Viva decidiu cortar cenas de blackface da trama (foto: Globo/Arley Alves)
André Marques, Luiza Mariani, Bruno de Luca, Daniele Valente, Juliana Baroni, Alexandre Barillari e Bruno Gradim em Malhação 1998; Viva decidiu cortar cenas de blackface da trama (foto: Globo/Arley Alves)

Canal de reprises da Globo na TV por assinatura, o Viva decidiu cortar cenas de blackface — prática que consiste na pintura da pele branca com tinta preta para representar negros de forma caricata — da reapresentação de Malhação 1998. A decisão foi anunciada em publicação nas redes sociais na última segunda-feira (1º). Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo, defendeu o corte das sequências em seu perfil em um microblog.

O que você precisa saber

  • Canal da Globo na TV paga, o Viva decidiu reeditar novelas antigas para eliminar cenas polêmicas dos folhetins;
  • Malhação 1998, que mostrava personagens fazendo blackface, foi o primeiro alvo da nova normativa do canal;
  • “A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas“, defendeu Erick Brêtas, executivo da emissora;
  • O diretor ressaltou que a missão do resgate da teledramaturgia precisa convergir com os valores da sociedade contemporânea.

O chefão da emissora líder explicou que, embora o Viva tenha como missão resgatar a teledramaturgia nacional, a direção preferiu respeitar a sensibilidade dos telespectadores em 2023. Ele explanou quais cenas foram cortadas da novela. Na história, um grupo de rastafaris se apresentaria em um concurso de bandas, mas os candidatos acabam faltando. Com isso, alguns jovens brancos se pintam de preto e ocupam o lugar da banda no evento.

“Como alguns de vocês estão me marcando aqui, acho importante esclarecer o motivo do corte. Os episódios em questão mostram o plot de uma banda de rastafaris que deveria se apresentar em um concurso de bandas. A ausência da banda leva um grupo de meninos brancos a se pintarem de preto e se apresentarem no lugar da banda ausente. Um caso de blackface. Em 1998 isso poderia ser tolerado. A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas”, iniciou ele.

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“Esse plot não acontece de forma rápida na trama. As consequências dessa ação duram vários episódios. Preservar a memória da nossa teledramaturgia sempre foi um compromisso do Viva e não há como negar o empenho do canal em resgatar clássicos da nossa história. Mas essa missão tem que se equilibrar com os valores da sociedade contemporânea. Muitos espectadores poderiam se sentir ofendidos com a reprodução daquelas cenas e com a duração de um plot de blackface por vários capítulos”, continuou.

“Respeitamos quem pensa diferente, mas nesse caso prevaleceu o entendimento de respeitar a sensibilidade da audiência de 2023. A trama principal pode ser compreendida com a continuação da história. Espero que vocês continuem com a gente”, concluiu o diretor da Globo. Em 2021, o Viva passou a exibir antes das reprises um aviso informando que aquela obra reflete “costumes da época em que foi realizada”. Na época, a medida foi tomada por causa da reprise de Da Cor do Pecado (2004).

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