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NO ESPÍRITO SANTO

SBT rompe contrato com afiliada e pode ficar sem sinal em importante capital

Imagem com foto da sede da TV Tribuna e o logo do SBT
Sede da TV Tribuna em Vitória, capital do Espírito Santo; SBT rompeu contrato com a parceira (foto: Reprodução)

O SBT decidiu não renovar o contrato de afiliação com a TV Tribuna, que retransmite a programação do canal paulista no Espírito Santo há 38 anos, e irá deixar a emissora regional a partir da 0h de 1º de julho. Os motivos para o rompimento ainda não são conhecidos, mas a empresa de comunicação de Silvio Santos já está em negociações com outra companhia. Uma nova afiliada poderá surgir a partir de uma parceria entre o empresário capixaba Rui Baromeu, proprietário da Rede Sim, e Carlos Massa, o Ratinho, dono da Rede Massa, que controla as afiliadas da rede no Paraná.

O que você precisa saber

  • O SBT decidiu não renovar o contrato de afiliação com a TV Tribuna, parceira da rede no Espírito Santo;
  • A emissora de Silvio Santos poderá ficar sem sinal em Vitória já a partir do próximo mês;
  • A empresa está em negociações avançadas com um conglomerado local para o surgimento de um novo canal;
  • Uma afiliada da Record News ou da TV Brasil deverá ser a nova parceira da rede do homem do Baú.

Os dois empresários já são sócios na rádio Massa FM, que possui cerca de 12 emissoras no Estado. Em comunicado enviado ao TV Pop, a assessoria do SBT confirmou o fim da parceria com a TV Tribuna. “O SBT informa que suspendeu o contrato com a Rede Tribuna do Espírito Santo e assim que negociar com outra emissora será anunciado”, diz a nota. A Tribuna, que também é afiliada da Band em Pernambuco, enfrenta uma grave crise financeira há vários anos. Os funcionários, inclusive, já foram avisados sobre a decisão do SBT de não renovar contrato com a companhia.

A reportagem apurou que as negociações entre a rede de Silvio Santos e a Rede Sim estão avançadas e um acordo deve ser anunciado nos próximos dias. O maior empecilho tem sido a resistência do conglomerado de Rui Baromeu em abrir mão dos direitos de transmissão da Record News — o empresário considera que o canal de notícias, mesmo com ibope baixo, é importante para os seus negócios. Ele ofereceu um braço pouco relevante da empresa, a educativa TV Sim, para ser a nova afiliada do SBT no Espírito Santo.

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A emissora, no entanto, não tem interesse nesta parceria e tem sinalizado insistentemente que prefere o sinal que atualmente é do canal de notícias de sua principal rival. A Record News Espírito Santo já conta com uma retransmissora em Vitória e tem audiência relevante, principalmente durante os seus formatos locais. A TV Sim, afiliada da TV Brasil, ainda não está na capital, mas a sua implantação seria relativamente fácil. Os diretores do SBT alegam que a emissora está em crise de ibope em todo o país, e que a chegada da rede em um canal inexistente seria muito prejudicial.

A TV Tribuna transmite o sinal do SBT no Espírito Santo desde sua inauguração, em 29 de março de 1985. Os estúdios do canal estão localizados no Edifício João Santos Júnior, na capital Vitória, onde também funciona toda a holding da Rede Tribuna. No Estado, a emissora disputa a audiência com a TV Vitória, afiliada da Record. A parceira da Globo é a TV Gazeta. No final de 2021, colaboradores da operação da TV Tribuna de Pernambuco acusaram a afiliada da Band de não pagar salários em dia.

Na época, a emissora havia repassado parte dos vencimentos de setembro por meio de um kit composto por duas cartelas de ovos, linguiça, uma ave e um espetinho. Em abril de 2021, funcionários da afiliada da Band denunciaram que estavam sem receber salário desde fevereiro. Os profissionais pediram socorro ao Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco), que denunciou o canal ao MPT (Ministério Público do Trabalho) e à Band, em São Paulo.

Os colaboradores ameaçaram paralisar os trabalhos caso não fossem realizados os pagamentos. “Nossos chefes estão sem falar com a gente, deixando de seguir em rede social, levando a coisa para o lado pessoal e para a mágoa. São três meses sem salário, com R$ 500 pingando a cada 15 dias. É bem frustrante. Trabalhamos normalmente. Ninguém parou. As contas atrasam e o nosso psicológico está muito afetado”, desabafou uma funcionária, na época.

reportagem com colaboração de GABRIEL DE OLIVEIRA

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