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Em seu terceiro álbum, Doja Cat marca seu espaço como rapper

Novo álbum de Doja Cat firma a rapper como referência do mercado (foto: Reprodução)
Novo álbum de Doja Cat firma a rapper como referência do mercado (foto: Reprodução)

Com uma carreira a caminho da consolidação, Doja Cat lançou seu terceiro álbum, Planet Her, sendo o segundo com grande visibilidade na indústria. Após se tornar viral em seus primeiros trabalhos, a rapper começou a cultivar uma certa imagem underground que logo lhe renderia frutos maiores. Podemos apontar a virada a partir do lançamento do remix de Juicy com Tyga para ser o lead single de seu segundo álbum, apesar de a música fazer parte originalmente de seu disco de estreia.

Com o lançamento do Hot Pink, a música atingiu um novo pico nos Estados Unidos e a colocou no radar. Com a popularidade que a internet lhe deu, uma música do CD acabou sendo acolhida pelos usuários do TikTok, marcando de vez sua ascensão. Os challenges de dança feitos com Say So praticamente obrigaram que a artista e a gravadora a lançassem como single, marcando sua maior posição nos charts mundiais.

A partir disso, Doja passou a investir com peso em singles mais comerciais e que a dessem oportunidade de se expressar através da dança também, uma de suas outras paixões. Com isso, ela foi mantendo sua popularidade, apesar de se afastar um pouco da imagem que a maioria das rappers femininas cultivam, em que o canto não se sobressai ao flow. O fato é que a artista é completa ao mostrar seu talento como rapper, cantora, performer e ter uma aproximação genuína com o público através das redes sociais, sendo uma figura muito acessível para quem conquista o topo dos charts.

O Planet Her vem mostrar que ela é realmente capaz disso tudo, mas que ela é definitivamente uma rapper, que esse é o seu ofício e que a fez ser famosa e com o que ela pretende trabalhar. O álbum conta com algumas colaborações, entre elas as de The Weeknd e Ariana Grande, com quem Doja já havia colaborado em outras oportunidades. Mas o single que abriu os trabalhos é a colaboração com SZA, Kiss Me More. A música se tornou um hit instantâneo e contribuiu para aumentar a ansiedade do público para o que viria a seguir.

O álbum também reverencia Nicki Minaj como a precursora do novo movimento de rappers femininas, figuras que agora são mais comuns e tem praticamente o mesmo nível de sucesso ao mesmo tempo, ampliando e estimulando o mercado. O conceito da era é constituído pelo planeta que Doja imagina vivendo em harmonia, constituído por um visual futurista que acaba abraçando tanto as capas quanto os clipes.

A grande controvérsia da carreira de Doja é que seus trabalhos sejam assinados por Dr. Luke, mesmo após as acusações de Kesha. Os discos e singles de Doja são lançados pela Kemosabe Records em parceria com a RCA, já que a rapper tem um contrato com a primeira desde seus 17 anos. Mas ela mesma já teceu algumas críticas à sua primeira gravadora, inclusive como existe uma pressão incessante pelos números, algo que bate com a realidade que Luke vivia na época em que trabalhava com Katy Perry e Kesha e basicamente dominava os charts pop ao redor do mundo.

Essa crítica aconteceu após a gravadora considerar uma das músicas que a artista pretendia lançar como pouco comercial e agora essa música faz parte da tracklist de seu novo álbum. Talvez isso só indique como Doja realmente não precisa de nenhum desses “conselhos” ou ela simplesmente saiba aonde quer chegar como artista e como rapper, independente do que isso signifique em resultados.

Gabriel Bueno é publicitário de formação, atua no mercado desde 2013 nas áreas de criação, mídia e produção. Viciado em acompanhar música, sempre disposto a comentar premiações, álbuns, videoclipes e tudo que envolve o meio musical. É o autor da coluna Decifrando, publicada no TV Pop semanalmente. Siga o colunista no Twitter: @GabrielGBueno_. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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