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Viúvas da Daniela Lima: CNN Brasil descobre grupo que tentou provocar crise na TV

Foto das jornalistas Renata Agostini e Daniela Lima no lançamento da CNN Brasil
Renata Agostini fazia parte de grupo chamado Viúvas da Dani Lima; movimentação incomodou a CNN Brasil (foto: Divulgação/CNN Brasil)

Depois de uma semana turbulenta com a saída de profissionais da Redação de Brasília, a direção da CNN Brasil atuou para avaliar os estragos feitos pelas demissões, principalmente, das jornalistas Renata Agostini e Thaís Arbex. E, ao ouvir os profissionais que atuam em São Paulo e na Capital Federal, o que a direção descobriu é que o incêndio pode ter sido causado por integrantes de um grupo de WhatsApp chamado Viúvas da Dani Lima, apelido carinhoso dado para Daniela Lima, que deixou o canal há mais de seis meses.

Nos bastidores da emissora, há a certeza de que quem estava no grupo foi responsável por vazar notícias negativas e deturpadas para a imprensa, além do envolvimento em uma articulação para derrubar apresentadores não alinhados com a panelinha. O TV Pop apurou que o canal de notícias promoveu dois encontros entre executivos e colaboradores nos últimos dias. Em São Paulo, o vice-presidente de Jornalismo, Virgilio Abranches, reuniu âncoras, repórteres e analistas, e pediu para que todos defendessem a empresa de uma eventual campanha difamatória.

No seu discurso, Abranches também sinalizou que o canal não planeja fazer uma guinada bolsonarista. Sem citar nominalmente as jornalistas que saíram, e sem dar mais detalhes sobre as causas das baixas, o executivo disse que as demissões aconteceram em comum acordo e por uma série de razões, que não a cobertura envolvendo Jair Bolsonaro. Ouviu de volta de seus subordinados que o time da CNN não concorda com os boatos plantados contra a empresa e que a Redação vive “um ótimo momento”.

Na base paulistana da CNN, é fato que Renata Agostini — que fazia parte do Viúvas da Dani Lima — nunca se conformou por não ter sido escolhida para ser âncora titular de um jornal. Sucessora de Daniela Lima no CNN 360º, Raquel Landim era alvo constante do grupo. Em junho do ano passado, enquanto acertava sua ida para a GloboNews, Daniela Lima já havia tentado emplacar sua amiga como apresentadora substituta em suas férias e ausências. Ela, no entanto, acabou não tendo êxito em sua empreitada, por ser avaliada como fora de perfil para a vaga.

Depois da saída definitiva de Daniela para a rival, a jornalista voltou a se oferecer para substituir a colega, mesmo com Raquel Landim já efetivada no cargo. Mais uma vez, não deu certo, e a rede deu a mesma justificativa para a recusa.  Nas redes sociais, Renata Agostini escancara que não simpatiza com o trabalho de Raquel — ela deixou de seguir a âncora do CNN 360º no Instagram há algumas semanas, quando iniciou as negociações para o seu distrato contratual.

Foto de Renata Agostini e Tainá Falcão
Renata Agostini chegou a dividir a bancada do Bastidores CNN com Tainá Falcão (foto: Reprodução/Instagram)

Amigas e rivais

Ela, no entanto, tem diversas fotos publicadas ao lado de Tainá Falcão, outro alvo constante das Viúvas da Dani Lima. Quando descobriu que a CNN planejava a criação de um jornal inteiramente produzido em Brasília, Renata voltou a pedir aos executivos uma oportunidade como âncora titular. O canal, no entanto, preferiu escolher Tainá. A analista de política só conseguiu ser aproveitada como apresentadora substituta depois de muita insistência, e precisando dividir a bancada com desafetos em mais de uma ocasião. Ela, no entanto, nunca disfarçou que planejava sair da emissora.

Depois de ter sido advertida por conta de seu comportamento, a jornalista aproveitou uma decisão sobre o documentário produzido pela rede para o aniversário de um ano do 8 de janeiro para pedir a rescisão de seu contrato. O canal aceitou. Com o gancho provocado pela saída também de Thais Arbex, que foi para o Ministério da Justiça, Renata Agostini viu a oportunidade perfeita para justificar a colegas, de dentro e de fora da rede, que sua saída estaria relacionada à uma inconformidade pelo resultado final da produção, que inicialmente seria feita apenas pela dupla.

Na CNN Brasil, no entanto, é claro para a equipe que nunca havia sido sinalizado a elas que o documentário do 8 de janeiro seria uma criação apenas da dupla. A produção foi pensada como uma obra coletiva da Redação. Diretor do canal em Brasília, Daniel Rittner fez questão de sinalizar isso aos demais jornalistas em uma reunião feita na última segunda (5). Fontes do TV Pop afirmam que, durante o encontro do executivo com os colaboradores da capital, ele salientou que estava “estupefato” com uma reportagem publicada relacionando a demissão de Renata com um suposto viés bolsonarista do documentário exibido semanas antes.

Internamente, há um clima de alívio pela demissão de Renata Agostini. Enquanto negociava seu distrato contratual, ela já havia deixado colegas de trabalho chateados ao divulgar uma cesta de presentes enviada por Daniela Lima, a quem chamou de “parça de uma vida todinha”. Para uma ala do canal de notícias, a demonstração de afeto para uma concorrente não caiu bem, e acabou evidenciando os problemas da jornalista com a sua chefia. Nos bastidores, o consenso é de que ela deixou mais desafetos do que amigos na CNN Brasil.

Outro lado: o que diz a CNN Brasil

A CNN Brasil reforça que o relacionamento com Thais Arbex e Renata Agostini sempre foi pautado pela confiança e respeito mútuos. As jornalistas sempre foram estritamente profissionais e o encerramento dos respectivos contratos aconteceu de forma totalmente amigável. Mais uma vez, a CNN Brasil agradece a contribuição fundamental de Thaís e Renata e deseja sucesso em seus novos desafios profissionais.

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