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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

Patrícia Poeta revela ter passado por tortura em parto do filho: “Trauma tão grande”

Foto de Patrícia Poeta
Patrícia Poeta lamentou situação durante parto (Foto: Reprodução/TV Globo)

Patrícia Poeta abriu o jogo sobre um episódio traumático que viveu no parto de seu único filho, Felipe Poeta, que atualmente tem 21 anos. A apresentadora da TV Globo entregou que foi vítima de violência obstétrica nos Estados Unidos, onde deu à luz, e contou que até hoje tem dificuldades de assistir a documentários ou filmes que tenham cenas de parto.

Em entrevista à Universa, do UOL, a comunicadora revelou que demorou muitos anos para entender que realmente foi vítima desse tipo de violência. ” Você não percebe a violência até ter entendimento. Muitas vezes, só acha que foi um ‘parto ruim’. Mas, com o passar do tempo e as informações, como o relato de outras mulheres, percebi realmente o que aconteceu”, iniciou.

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Patrícia Poeta contou que trabalhava como correspondente nos Estados Unidos quando teve o herdeiro. Ela estava com 41 semanas quando foi ao hospital para fazer um exame comum, mas acabou não saindo mais até o nascimento do menino. “Lembro de falar para a minha família, que tinha ido me visitar, que tomaria café na volta, já que tinham virado rotineiros aqueles exames. Não levei nada, mala de bebê ou qualquer coisa para o nascimento do Pipo [Felipe]”, contou.

“Foram 14 horas para que o bebê nascesse de parto normal. Coisa que não tinha chance de acontecer. Nessas horas, de cinco em cinco minutos, a dor, com o parto induzido e sem anestesia, era extrema. E, apesar de passar por tudo aquilo e pedir por medicação, nada me foi dado”, lamentou.

Patrícia Poeta pontuou que até mesmo em um momento especial como um parto as mulheres podem não ter suas vontades respeitadas. “Confesso que não gostaria de fazer parte dessa estatística, mas é algo real. Não dá pra ignorar. É cruel você ter a percepção de que nossas decisões, muitas vezes, não são respeitadas nem na hora do parto”, declarou.

A apresentadora reforçou que é necessário prevalecer a vontade e o bem-estar da gestante para que o bebê não corra riscos. “Pois o médico e as enfermeiras mantiveram a decisão de seguir assim até chegar ao ponto da saúde e a vida do Felipe estarem em risco. Um absurdo”, se revoltou.

“Depois de todas essas horas sofrendo, fui levada para uma sala de cirurgia. Começava um novo parto, no dia seguinte. Dessa vez, cesariana. Nessa hora, a sensação que tinha era de que não existia mais. Não tinha sobrado nada de mim. Sensação de não ter mais forças”, detalhou.

A titular do Encontro explicou a origem de seu trauma. “Era como se tivesse passado por uma tortura. Meu coração estava mais acelerado do que nunca. Tinha medo, muito medo de tudo que tinha vivido nas últimas horas e do que poderia acontecer”, lamentou. “Tenho um trauma tão grande que até hoje não consigo ver filmes, documentários de parto. Criei uma espécie de bloqueio”, completou.

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