O documentário Baila, Vini, que retrata a trajetória e os desafios enfrentados por Vinícius Jr., estreou recentemente na Netflix com foco no racismo que o jogador sofre dentro e fora dos campos. Dirigido por Andrucha Waddington, o projeto busca ir além do óbvio ao abordar o preconceito como um fenômeno estruturado na sociedade.
“O racismo que o Vini enfrenta é muito mais profundo do que o que vemos nas arquibancadas. Ele está em todos os lugares, em muitas situações cotidianas”, afirmou Andrucha Waddington. “Para mim, o mais importante foi não tratar o tema como algo isolado, mas como uma realidade sistêmica que ele tem que enfrentar todos os dias”, disse ao UOL.
O documentário mostra episódios que vão além dos gramados. Em uma das cenas, Vini Jr. e seus amigos são vítimas de racismo no trânsito. Para o diretor, o jogador foi corajoso ao expor tais situações: “O Vini é muito corajoso em expor essas situações, e a presença desta postura dele no documentário é uma forma de dar voz a milhões de pessoas. É uma história de resistência, de resiliência e de alegria”, pontuou. “O Vini é o reflexo de uma geração que não se cala mais diante das injustiças”, pontuou.
O codiretor Emílio Domingos reforçou que o preconceito é frequente em diversos contextos da vida de Vini Jr. “Esse problema se dá no cotidiano, nos mais diversos ambientes, inclusive no trânsito. Esse assunto é latente, constante na vida deles, nas mais diversas esferas. Não só nos campos”, destacou.
As gravações de Baila, Vini foram realizadas ao longo de um ano e meio e totalizaram 107 diárias, com encerramento em dezembro de 2024. A produção registrou 305 horas de material e reuniu 58 entrevistados em sete países: Brasil, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos, Catar, Marrocos e França.
