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CRÍTICA

Moonfall – Ameaça Lunar surpreende com efeitos e faz espectador refletir

Cena do filme Moonfall - Ameaça Lunar
Moonfall - Ameaça Lunar é o novo filme de Roland Emmerich (foto: Divulgação)

Detentor de um dos maiores orçamentos fora do eixo dos grandes estúdios de cinema nos últimos anos, Moonfall – Ameaça Lunar serviria tranquilamente como uma crítica ao momento atual do Brasil: é uma trama que gira em torno justamente do negacionismo e de teorias da conspiração, independentemente das vidas que isso possa custar. O longa, que conta com a direção por Roland Emmerich (2012, O Dia Depois de Amanhã, Godzilla), surpreende com seus efeitos especiais, mas peca por uma trama mais abstrata do que o habitual para os filmes de sci-fi.

Para poupar tempo na ambientação do espectador, o longa parte do senso comum do público sobre a Lua, citando por diversas vezes o Apollo 11, voo espacial norte-americano responsável pelo primeiro pouso no satélite natural. Ao decorrer do filme, ela será apresentada como uma criação futurística feita por aliens, capaz de provocar danos na própria Terra e de matar pessoas — ou de até mesmo fazer com que seres humanos passem a viver em um universo alternativo, como aconteceu momentaneamente até mesmo com Brian Harper (Patrick Wilson), protagonista da história.

Wilson, por sinal, deu um verdadeiro show no papel principal de Moonfall. Ele encarnou com perfeição a face do ex-astronauta da NASA que viu a sua vida ruir justamente por ter presenciado um dos primeiros ataques da Lua. Desacreditado e desmentido pelo Governo, que preferiu jogar toda a culpa da morte de um dos integrantes da missão Endeavour em seu funcionário, Brian Harper virou uma pessoa amarga e sem fé em si mesmo. Distante de sua família, o antes astronauta de sucesso passou a trabalhar como guia em um observatório — e teve até mesmo a sua casa tomada pelo banco por conta do excesso de dividas.

Outro ponto positivo da trama semi-apocalíptica de Roland Emmerich é a atuação de John Bradley. O ator deu vidia para K.C. Houseman, um conspiratório da internet que afirmava muito antes de tudo acontecer que a Lua era artificial. Desacreditado até mesmo por sua família, K.C. tinha como único objetivo de vida conseguir dar alegrias para sua mãe, uma idosa em cadeira de rodas, e tinha como único companheiro um simpático gatinho, que lhe perseguirá até mesmo em seu universo alternativo no final do longa — que termina justamente com um gancho para uma eventual continuação, provavelmente girando em torno de seu sacríficio para fazer com que a Lua voltasse a órbita.

Com orçamento estimado de US$ 140 milhões, Moonfall – Ameaça Lunar é controverso, mas passa longe de ser um filme ruim. A produção cumpre o seu papel de entreter, com boas pitadas de humor em seu roteiro, e consegue fazer com que o público reflita dos problemas que um gerenciamento negacionista de um problema iminente podem trazer para o cotidiano das pessoas. Os desdobramentos da história certamente podem ser melhor acompanhados pelo público em salas de cinema mais modernas, como as que contam com tecnologia IMAX ou 4DX.

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