Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.
NA CRUNCHYROLL E FUNIMATION

Akebi’s Sailor Uniform, episódios 1 a 6: alento em meio ao caos da vida real

Akebi's Salior Uniform - o uniforme não é o protagonista (foto: Reprodução/Crunchyroll)
Akebi's Salior Uniform - o uniforme não é o protagonista (foto: Reprodução/Crunchyroll)

Falar de animes é um desafio. Com infinitas possibilidades de interpretações, cada visão sobre uma obra qualquer pode ser tão única quanto seu autor. Akebi’s Sailor Uniform é um dos títulos que quer induzir essa maneira de pensar, para o bem ou para o mal.

O novo anime ainda está em exibição com transmissão simultânea do Japão pela Crunchyroll e Funimation e começou sua segunda metade no último sábado. Inicialmente, é apresentado um primeiro episódio que, embora tenha como protagonistas meninas colegiais, já queria flertar com o ecchi – termo japonês que indica “sexualidade”, geralmente ligado ao fanservice, um tema já discutido por aqui. Cenas com ângulos rente aos pés da personagem, banheiras e roupas íntimas dão um susto em quem abre o streaming despretensiosamente, mas a história felizmente caminha bem e deixa de lado, preferindo usar brechas do gênero yuri para construir relacionamentos. O termo “yuri” é usado para classificar romance entre garotas, gênero que os japoneses gostam bastante.

O espectador médio desse tipo de conteúdo sempre tem um limite em relação ao quanto disso pode (ou deve) ser exibido. Pessoalmente, não é o tipo de coisa que vai me tirar do sério tão facilmente, e essa tolerância do primeiro episódio fez valer a pena, já que os subsequentes mostraram uma leveza que estava faltando na temporada de inverno dos animes desse ano.

Akebi Komichi (foto: Reprodução/Crunchyroll, Funimation)

Como o próprio nome do anime indica, Akebi Komichi é uma estudante que vai pro colégio trajada de um uniforme estilo “marinheiro”, seguindo o exemplo de sua mãe enquanto estudante da Academia Roubai. Evidentemente, o uniforme é uma versão antiga porém legítima dos trajes da escola, e a diretoria opta por não se opor ao uniforme diferente do usado nos tempos atuais (uma espécie de terno). O nome original do anime, Akebi-chan no Sailor-fuku, aliás, é um trocadilho com as palavras em inglês sailor (marinheiro) e japonês seifuku (uniforme).

A real surpresa aqui foi como nada está focado no uniforme em si; eu mesmo esperava que todo episódio fosse ter alguma trama onde o uniforme seria o protagonista, mas não. É apenas um catalisador para cenas cotidianas vistas de uma forma diferente. Claro, Akebi chama a atenção por onde passa e a roupa do colégio feminino de elite intensifica essa sensação, mas os diálogos se resumem a uma surpresa inicial ao invés do tradicional frenesi que um ponto fora da curva causa em personagens num contexto geral.

A história quer fazer o espectador ver Akebi como uma estranha do campo. As primeiras cenas já começam em lindos cenários de interior, onde a protagonista dá um salto mortal enquanto foca no objetivo de passar no vestibular para a Academia Roubai e acaba indo parar acidentalmente dentro de um riacho. No prólogo do mangá, por exemplo, ela pensa na escola e seu uniforme de marinheiro enquanto está deitada na cama abraçada com um peixe. No sexto capítulo, que finaliza a primeira metade da temporada, a história se desenvolve em torno de um choque cultural entre ela e Kizaki Erika, colega de classe.

Akebi’s Salior Uniform não mede esforços em trazer lindos cenários (foto: Reprodução/Crunchyroll, Funimation)

A animação, assinada pelo estúdio CloverWorks, é simplesmente deslumbrante, a nível de filmes de orçamento elevado. Fluída e extremamente delicada, reproduz da sua própria maneira os bonitos porém estranhos traços do mangá original de Hiro com muitos tons pastéis e uma estética refinada. A trilha sonora é recheada de fundos musicais suaves que aumentam exponencialmente a imersão e a atmosfera da obra televisiva.

Dando um desconto para a estranha ênfase nos pés da protagonista aqui ou ali, roupas íntimas molhadas e iscas parecidas, Akebi’s Sailor Uniform é um anime para aquele dia ruim onde tudo que precisamos é sair com um sorriso no rosto. Isso é feito de uma forma magnífica, podendo dizer sem medo que “estamos assistindo pela história” e relaxar em 25 minutos.

Os capítulos são disponibilizados todo sábado na Crunchyroll e na Funimation, com sete episódios já disponíveis.

Caio Alexandre é entusiasta de cinema, exibição, animes e cultura pop em geral. Escreve desde 2008 sobre os mais variados assuntos, mas sempre assumiu a preferência pelo cinema e sua tecnologia embarcada. Autor convidado do TV Pop, fala sobre tudo que é tendência no universo da cultura pop. Converse com ele pelo Twitter, em @caioalexandre, ou envie um e-mail para [email protected]. Leia aqui o histórico do autor no site.

Leia mais