“Cristão determinado, pai e cidadão de bem”: é assim que se define Daniel Santos, apresentador da afiliada da Record em Curitiba tirado do ar às pressas na segunda-feira (7) após uma denúncia protocolada na Delegacia da Mulher. O jornalista, que cobria férias do âncora titular do Balanço Geral, nega as acusações e diz que ele e sua família estariam sofrendo chantagem. A mulher que o acusa de agressão, por sua vez, afirma ter mantido um relacionamento extraconjugal com o comunicador, que a teria pressionado contra um portão na noite de domingo (6).
Depois de protocolar um Boletim de Ocorrência, a vítima conseguiu uma medida protetiva contra o repórter da RIC: uma determinação expedida pelo 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Curitiba proibiu o jornalista de se aproximar de sua suposta amante. A decisão, embasada na Lei Maria da Penha, foi com base no primeiro exame de corpo de delito feito pela vítima, que voltará a se apresentar ao Instituto Médico Legal na quarta-feira (9) para realizar novos exames.
De acordo com Ricardo Baldan, que representa a mulher na ação criminal aberta em desfavor do âncora do Balanço Geral, ela e Daniel Santos mantinham uma espécie de relacionamento há pelo menos quatro anos. “Pelo que ela me contou, eles tinham um relacionamento esporádico, não era algo estável e duradouro. Eles se conheceram em dezembro de 2018 e voltaram a se ver agora, em dezembro. Ficaram algumas vezes, saíram juntos, mas nada sério”, diz o advogado, que também afirma que a cliente descobriu que Santos é casado e que sua mulher ainda estaria em Cuiabá.
Segundo o jurista, a mulher já teria sido humilhada pelo funcionário da Record em diversas ocasiões, mas que nunca havia sido agredida até domingo. “Ela relata que era muito humilhada por ele, não fisicamente, mas verbalmente e psicologicamente. Era chamada de bipolar, louca, era maltratada”, revelou. Ele também descreveu o episódio que culminou com a denúncia contra o jornalista: ela teria ido até a casa do comunicador para reaver bens deixados no imóvel, mas teria se deparado com o repórter embriagado e com forte odor de bebida alcoólica.
“Ela mandou mensagens para ele durante a semana, pois tinha um ventilador e outros pertences na casa dele. No domingo, ela o encontrou embriagado e com cheiro de bebida alcoólica. Desde o momento em que ela chegou, ele a tratou mal e no final houve uma discussão. Ela conta que foi empurrada por ele, pressionada contra o portão, e teve diversas escoriações no braço, na perna e em outras partes do corpo”, narrou Baldan. A reportagem do TV Pop teve acesso a imagens dos ferimentos da mulher, de 33 anos, mas optou por não reproduzir as fotos em respeito a vítima.
Em suas redes sociais, Daniel Santos se apresenta como “cristão determinado” e afirma fazer Jornalismo “em defesa do cidadão de bem”. Ao ser questionado por fãs sobre o motivo que o levou a ser suspenso no meio do Balanço Geral, o jornalista diz que as pessoas que o conhecem sabem quem ele é e que a denúncia, na verdade, seria uma chantagem. “Eu e minha família estamos sendo alvos de chantagem. Quem me conhece e me acompanha no dia a dia, sabe quem eu sou”, pontuou o comunicador, que contratou um escritório de advocacia para atuar em sua defesa.
Apesar da justificativa, Santos continuará suspenso de suas atividades na RIC por tempo indeterminado. A afiliada da Record optou por não interromper as férias de Jasson Goulart, que só voltará ao comando do Balanço Geral no dia 21 de março. A partir desta terça-feira (8), o noticioso será comandado por Nader Khalil, titular do Cidade Alerta Maringá, que chegou a passar uma noite na cadeia em 2015 por chamar uma delegada de “vagabunda” em Santa Catarina e ter tentado fugir do local — uma balada em Jurerê Internacional — após ter recebido voz de prisão.
