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CRÍTICA

Dragon Ball Super: Super Hero: a ambiciosa redenção de uma péssima saga

Foto de Dragon Ball Super: Super Hero
Em Dragon Ball Super: Super Hero, o Gohan é quem está à frente (foto: Divulgação/Crunchyroll, Sony Pictures)

A quinta-feira que passou marcou o lançamento do projeto mais ambicioso da Crunchyroll em parceria com a Sony Pictures nos cinemas: o mais novo filme da série Dragon Ball. Dragon Ball Super: Super Hero dá continuidade nos eventos da série Dragon Ball Super, que teve seus 131 episódios transmitidos pela televisão e dois filmes lançados até então.

Dragon Ball Super: Super Hero é ambicioso em tudo, desde sua concepção trazendo animação 100% gerada por computação gráfica – o famoso CGI – até sua distribuição, trazendo, além da versão tradicional, lançamento em IMAX e versões com sincronia de efeitos especiais com os maiores simuladores de movimentos em funcionamento pelo mundo, incluindo no Brasil.

Lutas presentes no filme trazem ótimos visuais. (foto: Divulgação/Crunchyroll, Sony Pictures)

Antes de tecer a opinião sobre o filme, vale um pequeno parêntese sobre a saga: eu achei Dragon Ball Super os 131 capítulos mais chatos que já vi. O excesso do fator “protagonismo” do Goku (embora já esperado) e sua imensa irresponsabilidade para com a galáxia foram fatores determinantes para dizer que, facilmente, trata-se da pior série de Dragon Ball já serializada e adaptada para a televisão. Não me desce o protagonista apostar o futuro do planeta com o Deus da Destruição Bills só para nutrir seu ego e provar seu poder.

Dragon Ball Super: Broly avança bastante e, além de trazer uma animação de ótima qualidade, conta com ótima ação e o prólogo explica bem a existência e motivações do guerreiro enquanto coloca o Freeza como um alívio cômico divertido. Mas ainda sofre com o festival de protagonismo de Son Goku, que é felizmente ofuscado por um Vegeta de sentimentos complicados.

Dr. Hedo e Magenta, um dos vilões. (foto: Divulgação/Crunchyroll, Sony Pictures)

Dito isto, Super Hero brilha em tudo que se propõe, mas o principal motivo é simples: Goku e Vegeta ocupam apenas poucos minutos do prólogo do filme (e as cenas pós-créditos) travando uma batalha para entreter Bills e Whis, que ficam incomunicáveis por acidente em outro planeta. As estrelas aqui são Piccolo, Gohan e a Pam, além dos “vilões”: Doutor Hedo, Magenta, Gamma I e Gamma II. E digo de boca cheia: que desenvolvimento de personagens! Como foi bom ver uma clara evolução ao invés de horas de protagonismo desnecessário. A Pam, já com 3 anos, é fofíssima e brilhante, enquanto Piccolo continua sábio e Gohan começa lento, mas depois de um empurrãozinho, empolga, evolui e mostra seu poder no filme.

Assisti à sessão de estreia no cinema em português e na sala com simulador 4DX. A dublagem continua tão boa quanto o anime da década de 90, mérito do carinho do estúdio Unidub, do Wendel Bezerra, a inesquecível voz do Goku. Os novos e antigos nomes que deram a voz aos personagens ficaram ótimos, com destaque para o sempre icônico Whis do Felipe Grinnan e o brilhante Pedro Alcântara dando a voz para o jovem Dr. Hedo. Os efeitos especiais da sala de cinema trouxeram uma imersão absurda, com muitos ventos já que personagens voam e atingem velocidades o tempo todo e trepidações com as boas cenas de luta, tudo perfeitamente combinado. Vale a pena investir mais se tiver essa opção.

Cena do filme caracteriza história em quadrinhos (foto: Divulgação/Crunchyroll, Sony Pictures)

Em relação à animação, toda feita por imagens 3D geradas por computador, no início causa um pouco de estranheza, mas a qualidade ficou tão elevada que se mostrou um acerto. Muita gente olhou torto para essa condição da produção do filme, mas Dragon Ball Super: Super Hero é um anime que prova por A + B que, com orçamento, bons animadores e tempo, é possível entregar muito. Houve um esforço da Toei para deixar os personagens 3D o mais próximo possível do tradicional para evitar mais estranheza. Em alguns segmentos, principalmente com os Gamma I e Gamma II, há uma divertida caracterização das imagens que as fazem parecer vindas diretamente de uma história em quadrinhos, como na imagem acima.

Super Hero não é um descaso com a animação tradicional e é, de longe, o maior acerto da saga inteira que viu a luz (não que seja muito difícil). Tudo aqui está certo e vai agradar os fãs da franquia, mesmo os ferrenhos. As lutas debaixo do novo estilo de animação são muito boas e não tem enrolação. Os únicos pontos fracos são envolvendo momentos para “agradar” fãs, especialmente aquela cena com a Bulma e as Esferas do Dragão.

Piccolo é um dos melhores personagens e, aqui, uma das peças-chave (foto: Divulgação/Crunchyroll, Sony Pictures)

Dragon Ball Super: Super Hero está em cartaz nos cinemas desde ontem (18). A série Dragon Ball Super está disponível dublada na TV aberta pela Band nas madrugadas de segunda a sexta e legendada na Crunchyroll; a dublagem da primeira série clássica Dragon Ball (1986) também estreou na plataforma no mesmo dia.

Caio Alexandre é entusiasta de cinema, exibição, animes e cultura pop em geral. Escreve desde 2008 sobre os mais variados assuntos, mas sempre assumiu a preferência pelo cinema e sua tecnologia embarcada. Autor convidado do TV Pop, fala sobre tudo que é tendência no universo da cultura pop. Converse com ele pelo Twitter, em @caioalexandre, ou envie um e-mail para [email protected]Leia aqui o histórico do autor no site.

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