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EM REPORTAGEM PARA A VOGUE

Aline Midlej relembra episódio de medo por ser uma mulher no jornalismo

Foto de Aline Midlej
Aline Midlej relembrou momento em que teve medo de ser mulher e jornalista (foto: Reprodução/GloboNews)

Em 2009, Aline Midlej foi a responsável por uma matéria que falava sobre a Guerra Cívil no Congo. Na época como repórter, ela colheu depoimentos de pessoas que viviam no local e a realidade brutal das mulheres que ali vivem. Em uma reportagem para a Vogue, a jornalista relembrou o primeiro momento em que ela sentiu medo de morrer por ser uma jornalista mulher.

“Estava eu, no carro da reportagem, a única mulher da equipe. Diante de uma patrulha que se aproximava, tive poucos segundos para prender o cabelo, colocar um boné, e fingir que estava dormindo, seguindo disciplinarmente as orientações do nosso guia. Foi a primeira vez que tive medo de ser machucada ou mesmo de morrer, pela condição de mulher e jornalista, apesar de ter demorado um tempo para ter a real dimensão disso e do que eu poderia enfrentar ao longo da carreira”, revelou.

A comunicadora descreve as dificuldades dos trabalhos nas redações e detalha a pressão estética que as mulheres de vídeo, principalmente, sofrem. “A superação maior é de nós mesmas, quando entendemos que não precisamos comprovar sempre a excelência para justificar a presença nos espaços, nos microfones”, afirmou ela.

Aline Midlej declarou que a dificuldade de ser mulher está em todas as áreas (pessoais e profissionais), mas na comunicação tem sido uma luta mais evidente. “No jornalismo, em especial, vivemos tempos de ataques inéditos desde a redemocratização e que têm sido – perigosamente – legitimados por falas oficiais. Os campos que atravessamos costumam ser minados, sem necessariamente estarmos numa efetiva zona de conflito”, pontuou a âncora do Jornal das Dez.

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