Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.
QUEDA LIVRE

Jornal Nacional fracassa e perde quase metade da audiência em 20 anos

Imagem com foto de William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do Jornal Nacional
William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do Jornal Nacional; telejornal perdeu quase metade da audiência em 20 anos (foto: Reprodução)

Principal telejornal da televisão brasileira, o Jornal Nacional viu quase metade da sua audiência desaparecer nos últimos 20 anos. De acordo com levantamento divulgado, o noticioso que já era comandado por William Bonner em 2004 tinha média de 39,8 pontos de ibope na região metropolitana de São Paulo, o principal mercado que serve como referência para a venda de anúncios publicitários. Em 2023, considerando até o dia 16 de março, o número despencou para 23,5 pontos, uma queda livre de 41%.

O que você precisa saber

  • Em queda livre nas últimas duas décadas, o Jornal Nacional já perdeu 41% de seu ibope na Grande São Paulo;
  • Apesar de ainda continuar como líder isolado, o noticioso perdeu a preferência da maioria dos telespectadores: apenas 38 em cada 100 lares assistem ao jornalístico;
  • Os índices do telejornal caíram de forma mais expressiva no Distrito Federal, em que William Bonner e Renata Vasconcellos perderam 49% de audiência em seis anos.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo jornalista Vinícius Andrade, de um site de notícias da TV parceiro do UOL. Ao considerar a participação de televisores ligados (share), o Jornal Nacional ainda é sintonizado em 38,1% dos televisores na capital paulista. O índice voltou a cair em 2021 depois de quatro anos seguidos acima dos 40%, com o fim do pico das restrições impostas pela crise sanitária causada pelo vírus da infecção respiratória.

O melhor desempenho do Jornal Nacional foi justamente no ano de 2004, quando ainda era apresentado pelo então casal William Bonner e Fátima Bernardes. No período, o noticioso anotou 39,8 pontos e 61,9% de participação das televisões em média. O índice é semelhante ao que alcançam jogos de Copa do Mundo. Apesar da queda, o pior momento do telejornal aconteceu em 2015, quando disputou com o fenômeno bíblico Os Dez Mandamentos, da Record. Naquele ano, a média foi de 23,8 pontos e 36,4% de share, a menor marca da história.

Leia mais: Record reformula Fala Brasil para neutralizar jornal de Silvio Santos
Leia mais: Repórter da Globo tem microfone roubado durante gravação de reportagem

É importante ressaltar que ao comparar os dados de audiência do começo dos anos 2000 com os de agora é necessário considerar que a TV aberta perdeu parte do público por causa da concorrência com os canais da TV por assinatura nos 2010. Além disso, mais recentemente, houve o surgimento de serviços de streaming e conteúdo online em aparelhos de TVs conectadas, como Netflix, HBO Max, Pluto TV e YouTube. Apesar disso, a situação do JN também está difícil até no comparativo com anos mais recentes, antes da crise sanitária.

No PNT (Painel Nacional de Televisão), que considera as 15 principais regiões metropolitanas do país, o noticiário caiu de 29,2 pontos em 2018 para 23,1 na média parcial deste ano. Além da capital paulista e do mercado nacional, o telejornal da Globo tem fracassado todos os anos desde 2018 em regiões como Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A maior queda foi no Distrito Federal, de 32,6 pontos (49,0%) para 22,7 de média (38,8%) no começo deste ano. No caso da capital federal, o jornalístico anotou uma leve recuperação desde 2021, quando estava com 20,1 ponto de média e 32,8% de share. A audiência do Jornal Nacional antes da crise sanitária, entre 2017 e 2019, conseguiu se manter próximo dos 30 de média anual. Na ocasião, foram exibidas novelas de sucesso no horário nobre como A Força do Querer (2017), O Outro Lado do Paraíso (2017) e A Dona do Pedaço (2019).

Audiência do Jornal Nacional (2004 a 2023)

Jornal Nacional perdeu quase metade da audiência nos últimos 20 anos. Confira os dados!
ANOAUDIÊNCIASHARE
200439,861,90%
200535,854,80%
200636,454,30%
20073453,80%
200832,450,90%
200930,950,40%
201029,849,20%
20113252,40%
201228,248,50%
201325,944,10%
201423,839,20%
201523,836,40%
201626,839,00%
201729,842,20%
201829,843,00%
201929,443,10%
20203043,30%
202125,738,10%
202223,636,60%
2023 (até 16 de março
23,538,10%

Leia mais