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DERRUBOU LIMINAR

Gilmar Mendes libera exibição do Linha Direta sobre caso Henry Borel

Imagem com foto do apresentador Pedro Bial no cenário do Linha Direta. Ministro Gilmar Mendes, do STF, liberou exibição do programa sobre o caso Henry Borel
Pedro Bial no cenário do Linha Direta; ministro Gilmar Mendes, do STF, liberou exibição do programa sobre o caso Henry Borel (foto: Globo/Fábio Rocha)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou na noite de quarta-feira (17) a exibição do Linha Direta sobre o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, em 2021. A Globo havia sido proibida de transmitir o programa apresentado por Pedro Bial após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro atender a um pedido de liminar da defesa de Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, que é acusado de ter matado a criança. A mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada como cúmplice. A emissora recorreu da decisão. O conteúdo irá ao ar por volta das 23h.

No texto da decisão, Gilmar Mendes diz que a defesa de Jairinho tem “o claro propósito de censurar a exibição da matéria jornalística de evidente interesse público”. “Ressalvados os discursos violentos ou manifestamente criminosos, não é o Estado que deve estabelecer quais as opiniões ou manifestações que merecem ser tidas como válidas ou aceitáveis. Em um regime democrático, essa tarefa caberá, antes, ao público a que essas exibições se dirigem, devendo o Estado se abster de condutas que causem embaraços ao livre debate de ideias e ao pluralismo de opiniões, elementos que se alicerçam na liberdade de imprensa”, disse o ministro.

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A suspensão do programa havia sido determinada pela juíza Elizabeth Machado Louro, do Tribunal de Justiça do Rio. A magistrada, que também é responsável pelo caso, considerou que a exibição do programa poderia influenciar a opinião do júri popular escalado para julgar os acusados. Sobre isso, Gilmar Mendes disse: “A eminente magistrada extrapola os limites de suas funções judicantes para se arvorar à condição de fiscal da qualidade da produção jornalística de emissoras de televisão. Causa espécie que o Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro tenha admitido o processamento de uma medida cautelar de natureza cível, ajuizada pela defesa de Jairo Souza Santos Júnior, com o claro propósito de censurar a exibição de matéria jornalística de evidente interesse público”.

A decisão de proibir a exibição do Linha Direta sobre o caso Henry Borel foi vista nos bastidores da Globo como censura prévia, o que é proibido pela Constituição de 1988 e já foi considerado como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. A atração entrevistou o pai de Henry Borel, Leniel Borel, ouviu todos os advogados envolvidos, inclusive Cláudio Dalledone, que também defende Jairinho, e o promotor Fábio Vieira. Em uma plataforma de fotos, o pai da criança agradeceu o interesse da produção do programa para falar sobre o caso. “É muito difícil, como pai, ter que lutar todo dia para provar o óbvio. Gratidão eterna à imprensa brasileira, que nos ajuda pedindo justiça na proporção da brutalidade, da monstruosidade que aqueles dois cometeram”, escreveu ele.

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