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QUE PANO É ESSE, PORCHAT?

Fábio Porchat sai em defesa de Leo Lins após decisão judicial por ofender minorias

Imagem com foto de Fábio Porchat
Fábio Porchat defendeu Leo Lins após Justiça censurar show de humor na internet (foto: Globo/Juliana Coutinho)

Fábio Porchat saiu em defesa de Leo Lins e criticou a decisão do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) de determinar a retirada de um vídeo de show humor do humorista das plataformas digitais. O conteúdo foi removido por conter discursos ofensivos às minorias. Em um microblog, o apresentador do Que História é Essa, Porchat? compartilhou uma reportagem sobre o assunto e escreveu: “Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável”. Após ser detonado pelo público, o comediante voltou a falar sobre o assunto em um longo texto sobre censura prévia.

O que você precisa saber

  • O humorista Fábio Porchat saiu em defesa de Leo Lins e criticou a decisão do TJSP de censurar o ex-funcionário do SBT;
  • Ele diz que o tribunal está praticando censura prévia contra o seu colega de profissão;
  • Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo“, defendeu o comediante.

“Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir. Quem foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente”, escreveu o ex-marido de Nataly Mega.

“Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem. Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino. Pra mim democracia não é um regime pra você defender as suas ideias, mas pra quem você não concorda poder defender as delas. Não confundam ‘não gosto dele’ com ‘ele não pode falar’ Não entrem nessa conversa com a emoção, entrem com a razão”, protestou o contratado da Globo.

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Conhecido pelo humor politicamente incorreto, Leo Lins foi alvo de uma medida cautelar da Justiça de São Paulo que determinou a remoção do especial Perturbador de todas as plataformas digitais. “16/05/2023, 15:00, um show de humor é removido da internet a mando do Ministério Público”, disse o ex-integrante do The Noite nas redes sociais. “Quem será o próximo?”, questionou ele nos comentários da publicação. O especial foi disponibilizado no final do ano passado e já tinha mais de 3 milhões de visualizações.

“Este processo tem consequências absurdas. Há muito mais em jogo. A justificativa para remover meu show de stand-up, pode ser usada basicamente para remover 95% dos especiais de humor. Fora pedidos, a meu ver, desproporcionais por contar piadas num palco de teatro. Igualando uma expressão artística a um ato criminoso”, comentou Lins em outra postagem. A medida cautelar também proíbe o comediante de “realizar, em suas apresentações, quaisquer comentários, bem como de divulgar, transmitir ou distribuir, quaisquer arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante a qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável”.

Fábio Porchat critica censura prévia

Em nova postagem, Fábio Porchat voltou a falar sobre a decisão da Justiça que removeu o show de humor de Leo Lins. O comunicador disse: “É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. E lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a justiça. A minha questão aqui é com a censura prévia, com a tal da nova lei que é um disparate. Eu sempre disse e continuo dizendo que acho ruim fazer um tipo de piada ofensiva, acho triste, acho velho, acho desagradável, mas nada disso é crime. Enquanto não for crime, pode. Eu não faço, mas tem gente que faz. E tem gente que ri”, escreveu.

“Eu sei que aqui não é lugar pra debater nada, o povo quer sangue, suor e lágrimas, e não dá pra entrar numa conversa séria em Twitter, mas eu caí na armadilha de me manifestar sobre um assunto sério por aqui e aí vira uma avalanche descontrolada. Eu defendo a liberdade de expressão e se tem gente que quer usar essa liberdade pra ofender, pena. Mas pode. Eu sou veementemente contra o que propõe essa nova lei recém sancionada pelo presidente. Ela é perigosa. Um cara falando bobagem no teatro não. Todos nós impossibilitados de falarmos bobagem é. Esquece o Léo Lins, eu tô falando sobre uma coisa muito maior, sobre poder contar piada. Não só o comediante, mas você aí no seu bairro pros seus amigos. Não é porque você se sentiu ofendido que aquilo não pode ser dito. E agora chega de papo e vamos trabalhar pra impedir essa lei de entrar em vigor”, concluiu Fábio Porchat.

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