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Afinal, será que todos esses reboots e revivals são necessários?

iCarly foi uma das séries ressuscitadas depois de anos do fim da trama original (foto: Reprodução/Paramount)
iCarly foi uma das séries ressuscitadas depois de anos do fim da trama original (foto: Reprodução/Paramount)

“Olá. Eu sou Yakko Warner, e colocando as piadas de lado, reboots são sintomas de uma falta fundamental de originalidade em Hollywood. Uma crise de criatividade alimentada por executivos aterrorizados que se agarram ao passado como ratos para os escombros de um navio naufragando”. Assim como Yakko disse no primeiro episódio do reboot de Animaniacs, podemos dizer que é real. Nunca houve uma falta de criatividade tão grande em Hollywood.

Para você entender, reboots são novas produções baseadas em conteúdos antigos, e revivals são quando a obra ganha uma nova trama após a história original ter sido finalizada. Enfim, palavras diferentes, problemas iguais. E olha que estou aqui apenas para falar sobre séries… mas reboots e histórias adaptadas de quadrinhos e livros estão em alta na indústria americana. Produções com histórias originais estão cada vez mais perdendo espaço, pois as empresas não querem se arriscar caso dê errado. E, quando vem algo original, o orçamento é mínimo.

Para falarmos da televisão, vale dizer que nos últimos anos surgiram versões para diversas séries criminais, como Magnum, Hawaii Five-0 e até Walker, que, por serem tramas policiais, ainda possuem o frescor dos casos semanais por terem o uso de novas tecnologias. Mas não foi apenas esse gênero que ganhou um espaço. Charmed: Nova Geração, Dinastia e One Day at A Time também são outros seriados que foram recriados para a nova década.

Pois é, meu querido leitor. Eu até gostaria de comentar um pouco sobre o tão aguardado retorno de iCarly, mas os meus planos mudaram depois que a Paramount+ anunciou que a nova remessa de episódios estrearia apenas nos Estados Unidos e Canadá, chegando ao solo nacional quando Deus mandar bom tempo — e como essa humilde coluna não recomenda e nem faz uso de métodos ilegais para burlar isso…

Além da grande presença de reboots, também temos incontáveis casos de séries que foram revividas, como são os casos de iCarly, Dallas, A Casa da Raven e Gilmore Girls, apenas para citar algum dos exemplos mais exponenciais das tramas ressuscitadas nos últimos tempos.

O principal fator para reviverem séries é a tentativa de atingir a memória afetiva do público e fazer com que uma nova geração também se interesse pelas tramas. A recém-ressuscitada iCarly refez um meme de Miranda Cosgrove, que estampa este texto, e conseguiu chamar a atenção da internet uma semana antes dos novos episódios ficarem disponíveis. Cá entre nós: não entendo qual a lógica de uma empresa querer chamar a atenção de todo o mundo e disponibilizar os episódios apenas para dois países, sendo que a plataforma está liberada quase que mundialmente.

Enquanto as empresas mais clássicas no ramo, como Disney, Warner e Paramount, usam destes artifícios para atrair mais assinantes, outras tentam fazer o oposto. A Netflix, que sofre com o esvaziamento dos conteúdos presentes na plataforma, está cada vez mais apostando em conteúdos originais (e até adaptados), independentemente da grande maioria ter uma qualidade parecida com as novelas da Record. Mas, se ainda assim, temos pessoas que acompanham La Casa de Papel e Emily em Paris, é a prova de que ainda existe um público ávido por novidades.

Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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