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IANA COIMBRA

Ex-apresentadora processa Globo e diz ter sofrido perseguição durante gravidez

Imagem com foto da jornalista Iana Coimbra
Iana Coimbra foi contratada da Globo entre 2014 e 2023; jornalista entrou com processo contra a emissora por perseguição e humilhação durante gravidez (foto: Reprodução)

Ex-apresentadora eventual da Globo em Minas Gerais, a jornalista Iana Coimbra entrou com um processo contra a emissora por perseguição, humilhação e discriminação de gênero. De acordo informações divulgadas nesta segunda-feira (12), a comunicadora alega ter sofrido assédio e ficou traumatizada durante as duas gestações que teve na época em que foi contratada do canal. Ela afirma que, por medo de comunicar sua segunda gravidez ao diretor de Jornalismo, chegou a apresentar o telejornal MG2 com sangramentos.

O que você precisa saber

  • Iana Coimbra foi repórter do Jornal Nacional e apresentadora eventual dos telejornais locais da Globo em Belo Horizonte;
  • Após pedir demissão da empresa, a jornalista decidiu entrar com um processo contra e empresa por perseguição e humilhação durante duas gestações;
  • A comunicadora diz na ação que chegou a apresentar o MG2 com sangramentos, em uma tentativa de esconder uma gravidez por medo da direção de Jornalismo.

Iana foi contratada da filial da Globo em Belo Horizonte entre 2014 e abril deste ano. Segundo o repórter Sandro Nascimento, do site NaTelinha, que adiantou os detalhes do processo, o primeiro abuso sofrido por ela teria ocorrido ao avisar para a direção da empresa que estava na décima semana de gestação. Clécio Vargas, então chefe de Redação, questionou se a repórter havia planejado chegar grávida na emissora, já que na época ela tinha completado três meses como funcionária.

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A jornalista explicou que tinha sofrido um aborto dois meses antes daquela gestação e acabado de enfrentar um câncer. “A ciência da gravidez deixou a reclamante extremamente sem chão, pois tinha acabado de ser contratada, bem como teria que expor sua intimidade, se sentindo constrangida de comunicar tal fato a reclamada, sendo certo que para a mulher a gravidez expõe a vida sexual da gestante que por muitas vezes sofre conotação pejorativa”, diz um trecho do processo.

A defesa de Iana Coimbra diz que depois disso o ambiente de trabalho na Globo Minas se tornou hostil, e que colegas de trabalho “passaram a tratá-la de forma sorrateira, covarde e humilhante pelo simples fato de estar grávida”. Na ação, ela relata que após voltar de licença-maternidade foi escalada para o plantão de Carnaval e atuava até às 4h da manhã. “Não oportunizando o direito a amamentação de sua filha. O esposo comparecia a porta da reclamada para que pudesse amamentar a bebê de madrugada dentro de veículo parado na rua. Situação horrível, humilhante e devastadora”, diz a ação.

Iana Coimbra apresentou jornal com sangramentos, diz ação na Justiça

O processo também relata Iana Coimbra teve sonegados diversos direitos trabalhistas na época em que foi contratada da Globo. Ela acumulava funções e não recebia adicional por essas tarefas – além do MG2, ela comandou eventualmente edições do MG1 e Bom Dia Minas. Também diz que havia diferenciação salarial em comparação com outros colegas que exerciam a mesma função. Em 2019, após a chegada Marcelo Moreira como novo diretor de Jornalismo da Globo Minas, a jornalista passou a ter oportunidades dentro da companhia. No entanto, a situação mudou após ela descobrir uma segunda gravidez.

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“A reclamante mais uma vez estava diante do abismo, pois já tinha passado pela mesma situação anteriormente, sendo perseguida e humilhada, bem como tinha a convicção de que chances de ser apresentadora efetiva iriam diminuir drasticamente. Mais uma vez os sentimentos como medo, angústia e sofrimento afloraram”, diz o processo. Por causa disso, ela decidiu esconder a nova gestação o máximo possível, chegando a apresentar o telejornal local MG2 com sangramento. Até informar sobre a segunda gravidez, ela produzia reportagens para o Jornal Nacional e comandava eventualmente os jornalísticos.

Sem conseguir esconder a gravidez, a apresentadora procurou o diretor Marcelo Moreira, que foi dispensado em abril em uma onda de demissões. De acordo com o processo, ela teria recebido como resposta do ex-chefão do jornalismo local da Globo Minas: “Nossos planos para você mudam a partir de agora; não posso colocar uma apresentadora grávida na bancada”. A jornalista diz que novamente passou a enfrentar perseguições, antes e depois da segunda licença-maternidade. “Diante das situações vivenciadas foi ‘obrigada’ a pedir demissão do emprego”, diz o documento. Iana Coimbra pediu demissão em abril.

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