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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Gilberto Ribeiro fala de sunga, demissão da Record e nova chance no SBT

Gilberto Ribeiro no estúdio do programa Tribuna da Massa
Gilberto Ribeiro virou assunto nacional após conturbada saída da Record (foto: Reprodução/Rede Massa)

Gilberto Ribeiro é um dos comunicadores mais conhecidos de Curitiba. Com mais de quatro décadas de carreira, ele se tornou assunto nacional e viu a sua vida virar de pernas para o ar por conta de sua ruidosa saída da RIC, emissora parceira da Record no Paraná. Da noite para o dia, o pacato jornalista nascido em Santa Catarina se transformou em assunto dos programas de fofoca em todo o país pelo suposto motivo de sua demissão: a diretoria do canal não teria ficado feliz com o seu então contratado publicando fotos de sunga nas redes sociais. Hoje, quase três anos depois de ter sido impedido de dar adeus ao público do Balanço Geral, o também deputado até vê graça em toda a situação.

“Eu vou comprar umas sungas novas! Uma bem verde limão, sabe? E faço questão de tirar foto. Eu me acho um cara normal… a história da sunga começou naquela página WebTVBrasileira. Aquele casal, aquela Tati [Martins, que é a apresentadora dos vídeos do canal] lazarenta começou com isso e aí, ferrou. Agora eu levo de boa. Assim… graças a Deus, eu estou bem de saúde. Eu não vou deixar de usar sunga. Chega o verão e eu vou de terno para a praia? Eu tô pensando em ir de terno para a praia quando começar o verão “, ironizou o apresentador.

Em um bate-papo exclusivo com o TV Pop, Gilberto Ribeiro aceitou falar sobre tudo. O atual âncora do Tribuna da Massa recebeu a reportagem na sede de uma famosa funerária de Curitiba e, sem filtros, abriu o jogo sobre as mais diversas polêmicas da sua vida pessoal e profissional. Ele falou pela primeira vez sobre as acusações de ter traído a sua ex-companheira, a fisiculturista Nanci Ribeiro, e admitiu ainda ser apaixonado por ela. Além disso, ele também falou sobre o assédio dos telespectadores após o tamanho de seu órgão genital virar manchete nacional.

A seguir, confira a íntegra da entrevista com o apresentador da afiliada do SBT no Paraná:

A primeira pergunta não tem como ser outra: depois de dois anos, você voltou para um programa na hora do almoço. Como está sendo esse retorno? Você esperava ter outra chance no horário do meio-dia?
Não esperava. Eu fiquei dois anos e meio de manhã… estreei em junho na Rede Massa fazendo o Primeiro Impacto, nunca fiquei sem trabalhar. Quando saíram comigo da Record, eu saí em uma sexta-feira, dia 17 de maio e dia 21 a Rede Massa já me chamou.

A gente tomou um café e só não comecei naquela semana mesmo porque a outra emissora me impedia de eu voltar a trabalhar e exigia que eu estivesse 30 dias fora do ar para que eu voltasse, caso contrário eu pagaria multa e constava em contrato isso. Eu sou uma pessoa que é vinda da roça, simples, humilde e assim eu continuo, né? Não tem ‘ser mais’, ninguém é mais do que ninguém, eu tenho esse conceito na vida e falo para meus filhos isso. Eles seguem o conceito de pai, eu sigo, meus pais estão vivos até hoje e tem o maior orgulho do filho.

Eles tem orgulho do filho na comunicação, quando eles vem para Curitiba, eles gostam de ver o filho na hora do almoço. Para eles, foi uma pancada. Eles sofreram mais que eu quando pela primeira vez eu fui demitido na vida, que foi quando me tiraram do Grupo RIC. Ninguém é insubstituível, mas foi um choque. Eu fiquei um tempão lá fazendo aquele programa, fiquei 11 anos sem férias e fiquei chateado, porque eles falaram que eu não havia me comprometido com o Balanço Geral. E daí surgiram aqueles boatos de que eles haviam me demitido pelo fato de eu ter fotos de sunga na praia.


Como, de fato, foi a sua saída da afiliada da Record?
Disseram que eu não estava me comprometendo com o programa, sendo que eu nunca faltei um dia. Parece que o dono da emissora, o Leonardo Petrelli, não sabia o que a direção estava fazendo. Eu saí na sexta, não deixaram eu apresentar o programa na última sexta-feira e eu gravei um vídeo chorando na frente da emissora. No sábado, o Petrelli queria almoçar comigo e falou que não podia terminar assim. Eu só falei pra ele que eu não tinha sangue de barata e nunca mais vi ele, nunca mais falei. Não tenho mais contato com ninguém da RIC, é difícil.


Você voltaria a trabalhar na RIC?
Tudo é uma questão de conversa. A gente nunca pode dizer não. Mas de verdade? Hoje em dia, graças a Deus, pelo acolhimento que eu tive na Rede Massa, seria difícil. Eu não penso nisso… o carinho que os funcionários e os telespectadores de Curitiba e região tem para com a Rede Massa é incrível. Eu tenho 56 anos, passei 39 deles trabalhando no Grupo RIC. Não sou aquele tipo de pessoa que coloca o dinheiro acima de tudo. Podem me oferecer um monte, mas não vai ser assim não. Eu sou uma pessoa grata, no momento que eu precisei, que eu estava triste, quem me acolheu foi a Rede Massa e eu pretendo fechar assim os meus últimos dias de comunicação, se a família Massa assim quiser.


A Record te repreendeu pelas fotos de sunga ou isso não passou de um boato?
Era boato de corredor, sabe? Boato de corredor. A minha vida pessoal interferir na minha vida profissional. A audiência que eu fazia lá no Balanço Geral na época, ela nunca conseguiu superar. Os números eram fenomenais… primeiro lugar aqui em Curitiba. Eu confesso a você que eu fiquei doente e poucas vezes retornei ao litoral depois da minha demissão. Mas nesse próximo verão, planejo ir para Santa Catarina. E eu vou comprar umas sungas novas! Uma bem verde limão, sabe? E faço questão de tirar foto.

Eu me acho um cara normal… a história da sunga começou naquela página WebTVBrasileira. Aquele casal, aquela Tati [Martins, que é a apresentadora dos vídeos do canal] lazarenta começou com isso e aí, ferrou. Agora eu levo de boa. Assim… graças a Deus, eu estou bem de saúde. Eu não vou deixar de usar sunga. Chega o verão e eu vou de terno para a praia? Eu tô pensando em ir de terno para a praia quando começar o verão. Mas falando sério: o telespectador que me acompanha, se Deus quiser, vai ver o Gilbertão de novo e com muita saúde.


Eu imagino que o assédio do público cresceu com as fotos de sunga… homens e mulheres, certo?
Pior que não! O público gay apareceu muito mais… eu tive que bloquear por um tempo a minha página para receber novos seguidores. Eu os respeito muito, não tenho nada contra, mas ficou uma situação complicada para mim. Várias crianças acompanham o programa e me seguem nas redes sociais e eu passei a receber muitos comentários desrespeitosos. Enquanto eu não fechei a página, todo dia tinha algum comentário do nível ‘eu quero sentar nesse cacete’. Infelizmente eu tive que bloquear muitas pessoas, devo ter uns 20 mil bloqueados. Eu sofri com o vocabulário chulo, chegava a ser agressivo, e tive que tomar essa atitude.

Agora… com mulher não teve assédio. Mulher não gosta desse negócio. A mulher não vê o cara pauzudo, sabe? A cada foto de sunga que eu publicava, 90% dos comentários vinham justamente de gays, até hoje chegam muitas mensagens. Eu fiquei até com vergonha de publicar fotos, sabe? Eu sou chefe de família, pai de família, tenho filhos… poxa, eu sou um velho de 56 anos. Só quero seguir a minha trajetória. Eu respeito todo mundo. Só quero ser respeitado também.


Quando a polêmica da sunga estourou, a sua ex-companheira deu uma entrevista revelando que você chegou a negociar para ser modelo de uma marca de roupas íntimas. Que história foi essa?
Eu não sei… Alguém procurou ela pra lançar uma campanha de cueca, mas eu não me vi satisfeito nisso aí e eu não preciso disso pra continuar a minha vida.

Acho que eu não sou símbolo de nada, eu tenho um espelho em casa, sabe? Olha quantos galãs tem por aí que podem lançar campanha de cueca ou calção, o que puder, eu acho que não é a minha praia, entendeu? Ela me ajudou falando do tamanho daquele negócio, mas depois me arrebentou falando que eu tinha uma amante. Até hoje eu não encontrei essa amante… estou sozinho até hoje. Isso de ter uma amante nunca aconteceu.


Como assim?
Eu tive o meu primeiro casamento, que me deu meus dois filhos, o Gilberto e a Mariana, que durou vinte e poucos anos. Nisso, eu me separei e tive o meu segundo casamento, que foi o que deu o maior bafafá. Foi quando saíram notícias no país inteiro de que eu tinha uma amante em Curitiba. Isso nunca aconteceu!

Eu já tentei voltar com ela várias vezes. Queria casar com ela, ter mais um filho e lá se vão quase três anos e eu não consegui reatar. Eu era muito apegado a essa segunda esposa, eu sou até hoje, mas eu já vi que não tem jeito, não vai ter volta. Então, eu me programo pra viver o resto da minha vida sozinho, entendeu? Na companhia dos meus filhos e netos.


Você disse que passou quase 40 anos no Grupo RIC. Como foi a sua trajetória lá?
Trabalhei lá por 39 anos… comecei em 1º de março de 1980. Eu fazia um curso técnico de publicidade e tinha um professor que gostava muito da minha oratória, e ele trabalhava na Rádio Independência. Assim que surgiu uma vaga na área comercial lá, ele me chamou e eu comecei. Eu fui pra área do futebol, depois fiz Direito e fiz Jornalismo. Eu trabalhei na RIC mesmo antes do atual dono ser o proprietário da empresa, eu basicamente fui comprado junto com a emissora, acredita? [risos]

O Mário, doutor Mário Petrelli, o falecido pai do Leonardo, comprou o grupo e acabou me comprando junto. Fiquei na Rádio Independência por muito tempo, apresentando programas esportivos, plantão esportivo, fazia programa policial das 22 até meia-noite, voltava pro ar 5h da manhã. Eu sempre me dediquei, sempre trabalhei, nunca faltei a um dia de trabalho em 42 anos de carreira. Eu nunca faltei, mesmo doente ou rouco. Eu estava ali e vou trabalhar, isso é que é importante. Nunca uma dor de garganta me tirou do ar, eu nunca deixei de trabalhar mesmo estando doente.


Você já pensa em se aposentar?
Já. Tenho 42 anos de carreira, passei recentemente por uma intervenção cirúrgica por um problema de coluna. O meu objetivo é voltar as origens, entendeu? Agora pra voltar as origens, trabalhar com maquinário, gado e essas coisas, trabalhar com corpo, você tem que ter saúde, muito mais do que aqui. Eu estou trabalhando nesse momento com a minha saúde, estou dando prioridade para a minha saúde.

Caso eu volte a ficar bem de saúde, o meu objetivo é voltar a cuidar do que é meu lá no sítio, no interior. Eu sou uma pessoa vinda da roça, sou simples. No ano que vem tem eleição. Se eu tiver saúde para disputar, a minha permanência na televisão serão de mais quatro anos. Não sei nem se vou disputar, tudo está nas mãos de Deus. E eu só peço a ele saúde para usufruir um pouco da minha vida.

Eu sinto muito de não estar presente com os meus filhos. Os dois são profissionais da odontologia e e eu sou muito ausente pelo fato dos meus compromissos de trabalho, né? Desde o início da minha carreira, eu sempre tive dois, três empregos e eu não vi os meus filhos crescerem e hoje eles já estão formados, cada um com seu consultório trabalhando e eu quero ver se consigo mais tempo para passar com eles nesses próximos anos.


Pra encerrar… quer falar alguma coisa para os leitores do TV Pop e para o seu público?
O povo de Curitiba me abraçou, a galera gosta do Gilbertão mesmo. Eu ando sem segurança, ando pelas ruas pelas favelas, pelas áreas mais humildes da cidade. As pessoas falam com a gente, nunca ninguém me chama de deputado, me chamam de Betão, Gilberto, Gilbertão… Eu vou continuar aqui e sempre com o que eu falo no Tribuna da Massa: estou com você, pra você e pra mais ninguém. Esse bordão virou a minha marca, as crianças me encontram na rua e imitam isso!

Eu sou um cara de família. Vou continuar a minha trajetória. Se eu consegui chegar até aqui desse jeito, a tendência é que eu continue dessa mesma forma. Sei que o povo curitibano é muito tradicionalista, mas… eu vou continuar indo a praia. E de sunga!

 

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