A Globo bem que tentou fazer com que a chegada de Odete Roitman ao remake de Vale Tudo fosse um momento icônico da teledramaturgia brasileira. O marketing do canal não poupou verba para que o capítulo chave da novela chamasse a atenção de todos os públicos: além de chamadas exibidas exaustivamente em outros programas da emissora, a rede chamou até influenciadores para aumentar a repercussão da trama nas redes sociais. Nada disso, porém, conseguiu fazer com que o público da Grande São Paulo desse um novo voto de confiança ao folhetim.
Os dados prévios de audiência da principal metrópole do país, obtidos pela reportagem do TV Pop com fontes do mercado, revelam que a estratégia de guerrilha da Globo não serviu para nada. A chegada de Odete Roitman foi responsável pela pior segunda-feira de Vale Tudo até aqui, com 22,1 pontos de média entre 21h29 e 22h25, uma queda de 5,95% no comparativo com as quatro segundas-feiras anteriores. Em termos médios, o folhetim perdeu 1,4 ponto na mesma comparação, número equivalente ao alcançado pela Band em sua média diária na Grande São Paulo.
Com pico de 23,2 pontos em seu primeiro minuto, a novela de Manuela Dias garantiu a preferência de 35,4% dos televisores ligados em sua faixa horária. A trama, como habitualmente acontece, foi líder de audiência entre as emissoras de televisão aberta com folga: vice-líder com Força de Mulher e Reis, a Record marcou 7,4 pontos. O SBT, com A Caverna Encantada e Chapolin, pontuou 3,2 e ficou em terceiro lugar, seguido pela Cultura (0,8), RedeTV! (0,7) e Band (0,6). As plataformas de streaming tiveram 15,3 pontos de média, enquanto os canais por assinatura marcaram 4,9.
Os números obtidos pelo capítulo chave de Vale Tudo se tornam ainda mais alarmantes quando confrontados com os índices do restante do horário nobre da Globo. A chegada de Odete sequer conseguiu angariar mais telespectadores que a estreante Dona de Mim (22,2) e que o Jornal Nacional (22,4). Os dados de audiência presentes neste texto são prévios e estão sujeitos a alterações, para mais ou para menos, na consolidação dos índices, que acontece apenas no início da tarde desta terça — os números, como sempre, serão publicados pelo TV Pop assim que possível.
Na Grande São Paulo, cada ponto de ibope simboliza a sintonia de 77.488 domicílios e 199.313 indivíduos na respectiva emissora, plataforma de conteúdo ou programa.
Como foi a chegada de Odete Roitman em Vale Tudo?
A chegada de Odete Roitman ao Brasil no remake de Vale Tudo foi marcada por constrangimentos e escândalos familiares. Vivida por Débora Bloch, a poderosa empresária deixou o conforto de Paris apenas para enfrentar situações que a farão se arrepender muito de ter voltado ao país. Logo em sua primeira noite, ela enfrentou um vexame protagonizado pela própria filha, Heleninha, que é interpretada por Paolla Oliveira.
Durante o jantar de boas-vindas, Heleninha surgiu embriagada, derrubando uma garrafa de uísque e iniciando uma série de gritos. Afonso, Celina e Eugênio tentam levá-la ao quarto para conter o escândalo, mas a jovem resiste de maneira violenta. “Tira a mão de cima de mim, sai de cima de mim! Que mania de querer que eu vá pro quarto… Eu estou ótima!”, berra Heleninha, enquanto se servia de mais uma dose na frente da mãe.
Odete, ainda tentando manter a pose, será atingida por provocações diretas da filha e pela intervenção de Celina, que diz que Heleninha estava estável até a chegada da mãe. Sem fazer questão alguma de disfarçar o desprezo, Odete desabafou: “Eu só vim pro Brasil porque você me garantiu que a Heleninha não estava bebendo. Que coisa mais deprimente esta cena. E eu contava com tudo, menos com isso. Mas a Heleninha não falha, não é? Sempre decepciona!”.
No dia seguinte ao jantar desastroso, Odete ainda precisará lidar com outra surpresa desagradável: a visita inesperada de seu neto, Tiago, interpretado por Pedro Waddington. O jovem surge no hotel de luxo onde a avó estará hospedada, sem marcar hora. Odete não esconderá a revolta: “Tiago! O que você está fazendo aqui?”. Depois de ouvir que o neto soube de sua chegada, ela será irônica: “E não se usa mais marcar o encontro, meu bem? É um hábito muito civilizado, que você deve praticar no seu dia a dia”.
