REDE SÉCULO 21

Emissora de TV sai do ar e pede doações após greve de funcionários por falta de salários

Canal religioso com sede em Valinhos (SP) enfrenta greve por atrasos salariais e não recolhimento de FGTS e INSS

Mensagem da Rede Século 21 em fundo preto pedindo doações durante greve na emissora
Rede Século 21 pede doações após programação ser suspensa por causa de grave dos funcionários (foto: Reprodução)

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A Rede Século 21, emissora católica com sede em Valinhos (SP), interrompeu a programação ao vivo após uma greve geral de seus funcionários. Cerca de 200 trabalhadores cruzaram os braços por falta de pagamento dos salários e pela suspensão do recolhimento de tributos trabalhistas, como FGTS e INSS. No ar, a emissora exibe reprises e pede doações urgentes ao público.

A paralisação afeta toda a grade ao vivo do canal, que pertence à Associação do Senhor Jesus. Em comunicados exibidos com QR code na tela, a Rede Século 21 apela aos telespectadores: “A situação é urgente. Nossa TV está temporariamente parada e com a programação em reprise devido à falta de pagamento dos nossos funcionários. Pedimos a você: por favor, nos ajude! Ajude a manter viva esta obra de Deus.”

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Segundo o Sindicato dos Radialistas de São Paulo, a crise na Rede Século 21 se arrasta desde setembro de 2024, com salários frequentemente atrasados. A entidade afirma que benefícios como convênio médico foram suspensos e que não há recolhimento do FGTS e do INSS. Em março, a categoria já havia aprovado greve, que foi suspensa após um plano de pagamento que não foi cumprido.

“Apesar do compromisso assumido, a empresa não cumpriu integralmente o acordo firmado e demonstrou falta de interesse em dialogar ao ignorar os ofícios enviados pelo sindicato, que cobravam esclarecimentos sobre a solução dos problemas e a recorrência de atrasos salariais”, afirma a nota da entidade, que acompanha o caso desde o ano passado.

Rede Século 21 teve queda brusca de doações

A Rede Século 21 alega aos funcionários que houve queda brusca no número de doadores desde a crise sanitária causa pelo vírus da infecção respiratória. A estimativa é de uma redução de 35% nas doações, que são a principal fonte de renda da emissora. O canal não comercializa espaços publicitários com terceiros e depende exclusivamente de parcerias com empresas e contribuições dos chamados “sócios”.

Até o momento, não há previsão de retomada das atividades. O sindicato diz que a greve continuará até que os salários sejam quitados e uma proposta efetiva para os demais problemas seja apresentada. Procurada pela Folha de S.Paulo para comentar a paralisação dos colaboradores, a Rede Século 21 não respondeu aos contatos da reportagem.

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