Quem disse que a Globo não terá jogos de futebol no início do próximo ano? Mesmo sem os direitos de transmissão da Libertadores e do Paulistão, a emissora seguirá levando entretenimento para a maior parte dos seus telespectadores. Em sua última edição com transmissão assegurada na líder de audiência, o Campeonato Pernambucano terá um reforço de peso. Depois de 22 anos fora da elite esportiva regional, o Íbis Sport Club garantiu neste domingo (14) a sua participação na próxima edição do torneio regional, ao lado de times como Sport e Santa Cruz.
Dentro e fora de Pernambuco, o Íbis é conhecido como o pior time de futebol do mundo. Entre o final dos anos 1970 e o início da década de 1980, o clube obteve o feito de nove derrotas seguidas, acumuladas com um total de outros 14 placares negativos, totalizando 23 jogos sem vencer. Os três anos e 11 meses sem vencer fizeram com que a agremiação ganhasse até mesmo um registro no Guinness Book, publicação anual conhecida por destacar recordes mundiais. Por conta dessa sequência, jornalistas da época classificaram a equipe como “a pior de todos os tempos”.
Sem ter como questionar a fama negativa, os dirigentes do clube decidiram transformar a fama duvidosa do time em algo positivo. A equipe pernambucana passou a ser conhecida mundialmente como a pior do mundo, ao ponto de ironizar suas vitórias nas redes sociais. Os jogadores que levaram o time para a elite do Campeonato Pernambucano, por exemplo, viraram alvo de uma “lista de culpados pela terrível fase vitoriosa”. “Queremos perder na elite, com casa cheia! Já são quase duas décadas nessa disputa inglória. Mas uma coisa muito estranha tem acontecido nos últimos anos. Estamos ganhando de vez em quando”, lamentou o clube, que tem como mascote o simpático Derrotinha, que nada mais é do que um íbis (animal da mitologia egípcia).
Curiosamente, a edição de 2022 do Campeonato Pernambucano será justamente a última com transmissão da Globo. A emissora, que decidiu focar na aquisição de torneios expressivos para o público nacional, abriu mão de todos os outros torneios regionais — e não deverá renovar o contrato da competição, que só será transmitida por conta de seu contrato ser anterior a mudança do posicionamento da empresa. Internamente, o comentário é de que os estaduais não davam retorno comercial para o canal, com a exceção das finais, que demoravam três meses para acontecer.
