A Disney e a Universal Studios iniciaram uma ação judicial conjunta contra a Midjourney, acusando a empresa de violação de direitos autorais ao gerar imagens por meio de inteligência artificial que replicam personagens de suas produções. A informação foi divulgada pelo portal Axios, que teve acesso aos documentos do processo, considerados um marco inédito na reação de Hollywood ao avanço das plataformas de IA.
Midjourney foi lançada publicamente em 2022 e permite que usuários criem imagens vívidas geradas por IA a partir de comandos de texto. Assim como seus concorrentes ChatGPT e Stability AI, a empresa desenvolveu seus modelos de IA com conjuntos de dados que coletam imagens de toda a internet.
No processo, os estúdios apontam como exemplos de infração das imagens geradas pela IA que retratam personagens de franquias como Minions, Aladdin e O Rei Leão. As empresas alegam que a Midjourney utilizou suas propriedades intelectuais no treinamento dos modelos sem qualquer tipo de autorização ou licença, e que os produtos finais representam cópias indevidas dos conteúdos protegidos por lei.
Ainda segundo a ação, Disney e Universal tentaram resolver o caso extrajudicialmente, mas não obtiveram retorno da empresa. “[A Midjourney] está focada em seus próprios resultados financeiros e ignorou as demandas dos Autores [da ação]”, afirmaram os advogados das companhias.
A vice-presidente executiva e consultora jurídica geral da Universal, Kim Harris, classificou a atitude da plataforma como uma “violação flagrante”. “Estamos movendo esta ação hoje para proteger o trabalho árduo de todos os artistas cujo trabalho nos entretém e inspira, e o investimento significativo que fazemos em nosso conteúdo. Roubo é roubo, independentemente da tecnologia utilizada”, declarou.