NO SEM CENSURA

Nando Reis abre o jogo sobre alcoolismo: “Já me apresentei em estado lastimável”

Cantor falou abertamente sobre a luta contra a dependência e os impactos do alcoolismo na vida pessoal e profissional

Nando Reis no programa Sem Censura
Nando Reis revelou ser membro do Alcoólicos Anônimos há nove anos (foto: Reprodução/Internet)

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Nando Reis falou publicamente sobre sua luta contra o alcoolismo durante entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil. Em conversa com Cissa Guimarães, ele revelou ser membro do Alcoólicos Anônimos e destacou que só conseguiu iniciar sua recuperação após romper o ciclo de negação da doença.

“O alcoolismo, a doença que eu sofro, é estigmatizada, tem preconceito, falta de informação. Eu, com quase nove anos de sobriedade, me sinto seguro para tratar disso, sabe? Sou uma figura pública. Em inúmeras ocasiões, já me apresentei em estado lastimável, ou seja, fui identificado com isso. Fiquei estigmatizado também”, afirmou o artista, ao explicar o motivo de abrir seu anonimato publicamente.

Nando Reis contou que, mesmo sendo um problema sério e comum, o alcoolismo muitas vezes é tratado com indiferença ou romantização. “As pessoas fingem que não existe problema, certo? E é um horror isso que a gente está vivendo, de negação. Negacionismo é um negócio péssimo”, disse. “A melhor coisa é aceitar, enfrentar. Enquanto neguei a mim que eu sofria de um problema, eu não consegui sair. E não quer dizer que só ter a consciência vá te garantir. É um negócio difícil pra caramba. Sofri muito, fiz sofrer. Não quero isso para ninguém”, contou.

Ele também pontuou que o glamour em torno do consumo de álcool dificulta o entendimento social sobre a dependência. “Você não tem que ter vergonha, você não é vagabundo. Não é falta de força de vontade, nada disso’. É uma doença como outra. A pessoa tem diabetes, eu sou alcoólatra. Pronto. Não posso beber, o outro não pode comer chocolate, não posso beber. Tudo bem. Só que a bebida tem esse glamour, né?”, disse.

Apesar dos anos marcados pelo vício, o cantor garantiu que a qualidade de seu trabalho nunca foi comprometida em estúdio. “Mesmo em todos os 40 anos de doideira que eu vivi, na hora de gravar ou de escolher a música, eu sempre estive lúcido porque a crítica depende de uma consciência de lucidez. Nada do que eu fiz nos discos, eu estava doidão”, disse.

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