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Televisa ameaça tirar novelas mexicanas do SBT e focar em streamings

A Usurpadora é uma das tramas mexicanas mais conhecidas no Brasil: Televisa cogita deixar de vender folhetins para o SBT (foto: Reprodução/Canal de Las Estrellas)
A Usurpadora é uma das tramas mexicanas mais conhecidas no Brasil: Televisa cogita deixar de vender folhetins para o SBT (foto: Reprodução/Canal de Las Estrellas)

O ciclo das novelas mexicanas na TV aberta do país pode estar próximo do fim. Nas últimas semanas, ganhou força nos bastidores do SBT a informação de que a Televisa planeja deixar de vender seus folhetins para a emissora de Silvio Santos para apostar na valorização de seus conteúdos em plataformas de streaming que já operam no Brasil, como a Globoplay e a Netflix. Se o rumor se concretizar, a rede terá um imenso pepino para resolver: as tramas produzidas no México ocupam 2h15min da programação dos dias úteis e, não raramente, são responsáveis pelas maiores audiências do canal durante todo o dia, superando todos os programas nacionais.

A informação foi divulgada em primeira mão pelo colunista Flávio Ricco, do portal R7, e confirmada pelo TV Pop. A nossa reportagem apurou que, de fato, o modelo de negócios praticado pela Televisa com o SBT foi modificado no início de 2021: os executivos da emissora de Silvio Santos abriram mão de ter um contrato de exclusividade para a exibição dos folhetins na TV aberta e liberaram a gigante mexicana para negociar com outros canais, desde que a janela de prioridade nas compras continuasse com a rede.

Na teoria, a mudança no modelo de compras das novelas não deveria interferir em nada na relação entre o SBT e a Televisa — entre 2008 e 2012, um contrato semelhante ao atual estava vigente e as novelas mexicanas não deixaram a emissora, mesmo com a Record firmando uma parceria com a rede latina para poder adaptar textos de seus folhetins no Brasil. Agora, porém, a situação é completamente diferente: as plataformas de streaming tendem a pagar mais do que a TV aberta para ter os conteúdos do Canal de Las Estrellas.

O motivo é simples: com a cada vez maior fragmentação dos conteúdos dos grandes estúdios, como Disney e Warner, em serviços próprios de streamings, as plataformas que funcionavam como “distribuidoras” terão que procurar novas parcerias para oxigenar os seus serviços e não perder assinantes.

A tendência é de que grifes como Netflix e Globoplay paguem cada vez mais para televisões latinas e europeias para retransmitir o conteúdo delas em países que elas não operam — e que exijam exclusividade de suas parceiras, justamente para manter o assinante fidelizado ao conteúdo da plataforma: ninguém vai pagar um serviço a mais, principalmente em um momento delicado na economia brasileira, para ver algo que já está disponível na televisão aberta ou em outra plataforma de vídeo on demand. Com isso, a Televisa pode (e deve) se beneficiar com o leilão de suas novelas e séries.

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