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EM 1998

Márcio Canuto fala sobre ida para a Globo: “Repórter de buraco”

Márcio Canuto relembrou a ida para a Globo em 1998
Márcio Canuto relembrou a ida para a Globo em 1998 (foto: Reprodução/Internet)

Márcio Canuto estava aposentado, mas foi contratado pela Record para o Campeonato Paulista e em entrevista ao podcast da emissora, apresentado por Celso Zucatelli, o ex-globo contou como aconteceu o convite para a sua contratação na empresa paulista. “Eu tinha desejado não fazer mais nada. Acontece que o Clovis [Rabelo] me ligou e marcou uma reunião com ele e o [Antonio] Guerreiro”, começou.

“Eu vim aqui para dizer não. Eu estava acordando a hora que queria e ia dizer não. Cheguei aqui e senti um clima com tanta vibração, de tanta confiança no que eu poderia fazer e nem sei se sou capaz de fazer metade do que eles esperam, mas vou me dedicar para isso. Eu saí daqui completamente mudado. Aconteceu de eu ter saudades do povão, de eu ter a necessidade de preencher a minha vida com outra coisa, outro tipo de sentimento e emoção. Na outra reunião a coisa foi muito mais efervescente e fizemos um contrato de cinco anos”, contou o repórter.

Márcio Canuto começou sua carreira em 1963. Durante 30 anos, o jornalista esteve a frente da Gazeta, afiliada da Globo em Alagoas, mas em 1998 veio para São Paulo assumir o quadro Fiscal do Povo, no SPTV. “Eu não queria sair de Maceió de jeito nenhum, eu tinha 30 anos de empresa, estava completamente estabilizado. Só na Gazeta eu tinha 30 anos entre rádio, jornal e a televisão. Tinha recusado convite para o Rio de Janeiro, para Recife e tinha a minha vida estável lá. Quando surgiu o convite do Amauri [Soares] e a história é a seguinte… A gente um dia foi almoçar com a Leilane Neubarth”, contou o repórter.

“Eu disse: ‘Leilane, como é que você que era mulher da noite e agora tá fazendo o Bom Dia [Brasil], acordando 5 ou 4 da manhã’. Ela me disse que tinha sido chamada para uma reunião e ficou claro que eu não poderia dizer não. Aliás, ninguém aqui aceita um não, então, era bom pensar nisso. Dois meses depois, me liga o [Carlos Henrique] Schroder me dizendo que eu ia sair de Maceió. Eu projetei a Leilane falando: ‘não diga não’, mas eu não queria sair. Eu disse: ‘a essa altura do campeonato, eu admito todas as possibilidades. Nem sim, nem não'”, brincou ele.

O jornalista revelou que o quadro em que tornou ele uma das grandes figuras conhecidas de São Paulo foi pensado para ele. “Uma semana depois me ligou o Evandro [Carlos de Andrade] que não aceitaria não e dizendo que eu iria mudar. Foram meses de inquietação. O Amauri me encontrou e me contou que estavam pensando em um jornal para mudar a linguagem de televisão brasileira e eu perguntei: ‘e eu com isso?’. Ele me contou que tinha o quadro que se chamava Fiscal do Povo. Eles criaram esse quadro pra mim. Eu tinha 53 anos e 30 de empresa, era diretor e o cargo mais alto em Maceió. Eu troquei para ser repórter de buraco, córrego, lixo na rua e essa é a história”, revelou.

 

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