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Apresentador da Record espalha fake news sobre ivermectina

Raphael Polito é o principal apresentador da Record em Florianópolis (foto: Marco Santiago/NDTV)
Raphael Polito é o principal apresentador da Record em Florianópolis (foto: Marco Santiago/NDTV)

O jornalista Raphael Polito, apresentador da Record em Santa Catarina, utilizou o seu perfil em uma rede social para compartilhar uma notícia falsa sobre um suposto tratamento precoce para o coronavírus com o uso de ivermectina, remédio indicado para o tratamento de infecções parasitárias. Ele publicou como fato um pré-estudo feito pela Universidade de Liverpool afirmando que o medicamento colaboraria no tratamento de pacientes com Covid-19. A publicação, porém, é questionada por estudiosos do setor, que apontam falhas na amostragem e na metodologia adotada pela universidade.

A MSD, principal fabricante de ivermectina do mundo, já veio à público afirmar que o fármaco não tem eficácia alguma contra o coronavírus, e desaconselhou consumidores a utilizarem a droga em tratamentos para a doença. “Não há nenhuma base científica para um efeito terapêutico potencial contra Covid-19 de estudos pré-clínicos; nenhuma evidência significativa para atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes com doença Covid-19; e há uma preocupante falta de dados de segurança na maioria dos estudos”, afirmou o laboratório americano.

Raphael Polito, da Record, usou o Instagram para espalhar fake news sobre ivermectinaO comunicador da NDTV, parceira da rede de Edir Macedo em Florianópolis, utilizou a ferramenta de stories do Instagram para compartilhar a notícia sobre o tratamento precoce defendido por Jair Bolsonaro. Em letras garrafais e que piscavam na cara do internauta, o jornalista afirmava que “valia a pena ler” e que “saíram mais informações” que provariam que “a ivermectina é eficaz para Covid-19”. A publicação feita pelo jornalista, porém, sequer dizia de onde aquelas informações tinham sido retiradas.

Raphael Polito trabalha na NDTV há quase cinco anos e apresenta duas edições do Balanço Geral: uma delas apenas para Florianópolis e outra, mais curta, para toda Santa Catarina — criada justamente para trazer informações sobre a pandemia do coronavírus em nível estadual. Antes da emissora catarinense, o jornalista teve passagens marcantes pelo SBT de Brasília e por outras emissoras da Record, inclusive em São Paulo, cidade em que chegou a fazer parte do rodízio de apresentadores do Balanço Geral em feriados e folgas dos titulares.

Ele, porém, não é o único colaborador da parceira da Record que propaga desinformação durante a pandemia. Cacau Menezes, outro dos principais nomes da afiliada, tem um quadro diário no Balanço Geral de Florianópolis com dados duvidosos sobre o coronavírus na cidade e, não raramente, grava reportagens externas sem máscaras e em aglomerações com outras pessoas do grupo de risco — ele tem 64 anos de idade e, se levasse a pandemia a sério, deveria estar isolado em casa aguardando a sua vez na fila da vacinação.

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