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EM SALVADOR

Elba Ramalho reage a gritos contra Bolsonaro em show: “Não é comício”

Imagem com foto da cantora Elba Ramalho durante show na festa de São João de Salvador
Elba Ramalho durante show na festa de São João, em Salvador; artista tentou conter manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (foto: Reprodução)

A cantora Elba Ramalho tentou conter manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um show na festa de São João no Parque de Exposições, em Salvador (BA), no último domingo (26). “Não, não quero fazer política, desculpa. Isso aqui é um show de São João, não é um comício”, afirmou a artista. Em seguida, ela tentou chamar uma ação com a exibição de um vídeo, enquanto a plateia continuou com gritos a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato nas eleições de outubro.

Enquanto a produção preparava o material anunciado pela cantora, o público começou a cantar: “Olê, olê, olá, Lula, Lula!”. Em resposta, Elba Ramalho disse: “Tô esperando, né? A plateia está se manifestando. Como a gente vive em um país democrático, tem que deixar eles se manifestarem. Cada um tem o presidente que merece, isso é um fato”. Após esperar o público terminar de se manifestar, a artista continuou o show na festa de São João da capital baiana.

Natural da zona rural de Conceição, no Vale do Piancó, na Paraíba, Elba nasceu em 1951 e se mudou ainda jovem com a família para Campina Grande, cidade a 126 km da capital João Pessoa, onde o pai se tornou proprietário de um teatro local. Filha de músico, despertou o interesse por música ainda na adolescência. Em 1966, ela participou pela primeira vez de uma apresentação no palco, no Coral da Fundação Artística e Cultural Manuel Bandeira, do qual fazia parte, com Evocação do Recife.

Em 1974, Elba Ramalho mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade onde vive até hoje, para ter melhor destaque na carreira. No mesmo ano, participou da peça Viva o Cordão Encarnado, em parceria com o grupo teatral Chegança, de Luís Mendonça, sendo aclamada pela crítica por conta da hiperatividade no palco, o que se tornaria a sua principal característica. Sem qualquer apoio ou recurso financeiro, passou a frequentar o Baixo Leblon, onde conheceu artistas como Alceu Valença e Carlos Vereza.

Além de cantora, Elba também trabalhou como atriz no filme Morte e Vida Severina (1977), inspirado na obra homônima do autor pernambucano João Cabral de Melo Neto. No ano seguinte fez parte do elenco da peça de Chico Buarque, Ópera do Malandro, dirigida por Luís Antônio Martinez Corrêa, na qual interpretou a prostituta Lúcia. Ainda enquanto atriz, foi vencedora de um prêmio pela interpretação da canção O Meu Amor, com a atriz Marieta Severo. Após investir na carreira de cantora, Elba Ramalho gravou o primeiro álbum, lançado pela extinta CBS –atualmente Sony Music–, em uma época em que a gravadora investiu em artistas nordestinos.

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