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SBT é condenado após usar vítima de assassinato em brincadeira no Domingo Legal

SBT é condenado por usar vítima de assassinato em brincadeira no Domingo Legal (foto: Reprodução)
SBT é condenado por usar vítima de assassinato em brincadeira no Domingo Legal (foto: Reprodução)

O SBT foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$ 50 mil de indenização à mãe de uma jovem assassinada em 2008 por Leandro Basílio Rodrigues, o Maníaco de Guarulhos. De acordo com informações do jornalista Rogério Gentile, do UOL, em setembro de 2014, seis anos após o crime, o programa Domingo Legal, apresentado por Celso Portiolli, exibiu um quadro chamado Os Paranormais, que tinha como objetivo testar o melhor paranormal do país.

Os candidatos bruxos, tarólogos, médiuns e videntes passavam por uma bateria de desafios, como acertar o nome de uma personalidade cuja foto estava em um envelope, encontrar determinada pessoa escondida ou revelar detalhes sobre a vida de alguém. Uma das provas envolvia o assassinato da jovem.

Segundo o colunista, na busca do prêmio de R$ 50 mil em barras de ouro, os participantes foram levados pelo programa ao cenário do crime. Com a foto da vítima do assassinato na mão, eles tinham de revelar detalhes do crime, descrevendo os últimos momentos da jovem. O programa foi vencido pelo bruxo Edu Scarfon.

Celso Portiolli, apresentador do quadro, usava frases como “se divirtam assistindo” e “vocês vão se divertir”, conta o colunista. No processo movido contra a emissora de Silvio Santos, a mãe da jovem afirmou que a rede transformou o brutal assassinato da filha em brincadeira e entretenimento com objetivo de obter audiência e lucro. “Houve violação da memória da falecida”, afirmou à Justiça o advogado Fabricio Raposo, que representa a família.

Segundo o advogado, o SBT não tinha autorização da família para exibir a foto da jovem, muito menos da forma “desrespeitosa e avacalhada” como o caso foi tratado no Domingo Legal. O SBT se defendeu alegando que, mesmo que a imagem da vítima tenha sido usada em um concurso de videntes, não deixou de ser um “material jornalístico de interesse público”.

“A bem da verdade, sua dignidade já restara estraçalhada quando soube da morte brutal da filha!”, disse o advogado Marcelo Migliori, que representa o SBT no processo. O desembargador Theodureto Camargo, relator do processo, não aceitou a argumentação e afirmou que o reality não teve cunho jornalístico e que a emissora necessitava de autorização para exibir a imagem e o nome da vítima. “O programa criou uma gincana para que os videntes desvendassem o crime”. O SBT ainda pode recorrer da decisão.

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