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Ted Lasso: como uma piada virou uma série vencedora do Globo de Ouro

Ted Lasso foi uma aposta maluca, mas que acabou dando certo (foto: Divulgação/Apple)
Ted Lasso foi uma aposta maluca, mas que acabou dando certo (foto: Divulgação/Apple)

Meu querido leitor, quero ser bem sincero com vocês e dizer que não sabia sobre o que falar esta semana. Por isso, conversei com alguns amigos imaginando fazer uma lista de séries desconhecidas para indicar, até que fiquei surpreso com uma indicação: Ted Lasso. A série exclusiva do Apple TV+, que conta com Jason Sudeikis, foi uma grata surpresa a ponto de devorar uma temporada inteira em um único dia. E toda sua história, de como esta ideia virou um seriado premiado, a torna ainda mais interessante do que já é.

Para entender, temos que saber que o esporte preferido nos Estados Unidos é o futebol americano e que o nosso futebol deve ser menos popular que o hóquei por lá. Em 2013, o canal NBC Sports comprou os direitos de transmissão da Premier League no país, campeonato que é a competição principal de futebol (igual o nosso, não o americano) do Reino Unido.

Com isso o canal fez uma grande divulgação, utilizando Jason Sudeikis, que na época ainda integrava o elenco do Saturday Night Live, e assim surgiu Ted Lasso: um técnico de futebol americano que foi contratado para treinar um time da Premier League, mas que sequer sabe as regras ou como é uma partida. O personagem criado apenas para estrelar um comercial teve tanto sucesso e, com Bill Lawrence, criador de séries de sucesso como Scrubs, ao seu lado, começou-se a desenvolver um programa em torno do personagem em 2017.

A ideia absurda foi comprada pela Apple TV+, que pediu inicialmente apenas dez episódios, que estrearam em agosto do ano passado. E não é que deu certo? Tão certo que a série já garantiu três temporadas em uma plataforma iniciante, que tende a cobrar resultados para a longevidade de suas produções.

Se você comparar o comercial em 2013 com o primeiro episódio da série, conseguirá ver piadas sendo reaproveitadas (e que mesmo assim não perdem a graça). O carisma do personagem é ser sempre otimista e isso conquista todos ao seu redor. Não sei se é o momento que estamos vivendo, mas o sorridente Lasso sempre te conquista ao nunca se abalar pelas ofensas que recebe. Sudeikis com sua atuação já ganhou um Globo de Ouro e um Critic’s Choice Awards, e deve garantir uma estatueta do Emmy facilmente.

A série te conquista mesmo se não for fã de futebol, já que apesar do campo e os jogadores presentes, o esporte tem pouca influência no decorrer da trama, sendo mais um pano de fundo. Como o protagonista diz, “sucesso não tem a ver com vitórias ou derrotas. É ajudar os rapazes a serem as melhores versões deles mesmos em campo ou não”. E assim os personagens de apoio rodam, cada um com seus problemas individuais sendo resolvidos com ajuda do protagonista. A trama, mesmo sendo não tão original, é simples e entrega o que promete com perfeição.

O Apple TV+ ainda não é um serviço tão popular por aqui, afinal, tem um conteúdo ainda bem inferior comparado aos outros serviços, além da dificuldade de acesso. Eu tenho a preferência de ver os conteúdos na TV, e desde julho de 2020 tenho acesso ao serviço (válido por um ano), mas nunca usei por não ter aplicativos para Android ou possibilidade de uso no Chromecast. Apenas tive a oportunidade de conhecer a série pois tive acesso a uma TV com o aplicativo da maçã. Se você tem acesso ao streaming, é uma boa pedida para assistir.

Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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