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ERICK BRÊTAS

Chefão do Globoplay rebate tese de diretor da Netflix: “Ele tem um viés”

Imagem com foto do diretor Erick Brêtas
Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo; executivo rebateu tese da Netflix (foto: Globo/Fábio Rocha)

Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo, rebateu uma fala de Reed Hastings, CEO da Netflix, que disse acreditar que a TV linear, aquela com programação com hora marcada para começar, deve acabar nos próximos cinco a dez anos. Durante participação no PayTV Forum 2022, na última quinta-feira (4), o executivo brasileiro responsável pelo Globoplay criticou o representante do streaming concorrente.

“A gente respeita muito a Netflix. O Reed é o líder da indústria, então sempre prestamos atenção no que ele fala. Mas eu, respeitosamente, acho que nesse caso a Netflix tem um viés, ela não oferece conteúdo jornalístico, esportivo, eventos musicais ao vivo. Então, é o tipo de conteúdo que não faz parte da oferta da Netflix”, disse o chefe do Globoplay.

Hastings espalha a teoria de que os canais lineares vão acabar desde 2014. Para o chefão da Netflix, na década de 2030 não será necessário o telespectador sentar em frente a uma TV em um determinado horário para acompanhar alguma programação. Nos Estados Unidos, o tempo dedicado ao consumo de streaming se aproxima ao da TV por assinatura.

De acordo com dados da Nielsen, em junho os norte-americanos dedicaram 33,7% do tempo de consumo de TV em plataformas de streaming. Na TV paga, o tempo gasto foi de 35,1%, enquanto na TV aberta o período foi 22,4%. Já no Brasil, segundo a Kantar Ibope Media, o brasileiro consome em média 4h48 de TV aberta diariamente. Na TV por assinatura, o consumo foi de 2h12. Os serviços de streaming como Globoplay e Netflix ficaram com 1h52. As plataformas gratuitas como YouTube e Pluto TV tiveram 1h46.

Erick Brêtas explicou a tese de Hastings durante o evento. “Quando você tem um foco maior em conteúdo como a dramaturgia seriada, programas de variedade, de culinária, que não faz tanta diferença se você vê aquilo ao vivo, entendo que ele enxergue menos valor na programação linear. Mas nós [a Globo], que temos um portfólio com jornalismo, esporte, música ao vivo, programas gravados que têm esse elemento importante da conversa social [como as novelas], nesse caso, acho que a programação linear vai perdurar durante muito tempo. E, claro, vai se reinventar”, disse ele.

“Nem tudo continuará sendo consumido em uma grade linear. A manutenção de canais que são 100% focados em filmes e séries, uma vez que esta oferta está em plataformas de streaming, é mais desafiadora. Determinados conteúdos com o valor do evento ao vivo, e não só isso, o que se constrói em torno do evento ao vivo, pode viabilizar grades de programação linear ainda competitivas”, concluiu Brêtas.

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