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Rihanna e sua capacidade de redefinir as regras do jogo na indústria da música

Rihanna se tornou um dos motores da indústria musical mundial (foto: Divulgação)
Rihanna se tornou um dos motores da indústria musical mundial (foto: Divulgação)

Possivelmente, você é capaz de se lembrar quando conheceu ou soube quem é Rihanna. Posso falar por mim, que, assistindo a algum Top MTV na casa de algum parente em 2007, me deparei com uma cantora que não conhecia, mas automaticamente me cativou, de forma que não conseguia parar de olhar para a televisão. Era o clipe de Umbrella, provavelmente a catapulta da carreira da barbadiana. Desde então, toda vez que ouvia a música em alguma rádio jovem, eu já sabia ligar o nome à pessoa.

O que eu não sabia é que antes ela já tinha uma carreira com conquistas bem importantes e o que eu não poderia imaginar é que ela seria um dos motores da música mundial. Ela não é uma potência, uma lenda, nem nenhum outro rótulo que possamos pensar. Ela é um dos motores, ela fez e faz essa indústria girar, mesmo agora que não lança material novo. Um dos maiores motivos para isso é a facilidade com que a cantora transita por basicamente todos os gêneros musicais.

A carreira de Robyn iniciou com os pés no dancehall e reggae-pop, mas passou pelo dance-pop, R&B, hip hop, trap, folk, entre outros. Em todos, ela teve oportunidade de explorar novas versões de si mesma e iniciar um movimento muito maior que a pura versatilidade artística. Rihanna deu personalidade a todos os movimentos que artistas fazem, porque ela é cheia de personalidade.

Isso não é exclusividade dela, afinal, diversos exemplos e até inspirações para ela existiram, como Madonna mesmo. Mas uma cantora jovem, numa época em que os empresários e gravadoras controlavam basicamente tudo de suas vidas particulares e profissionais, não teria tanta audácia de não se importar com os protocolos.

Esses protocolos nunca foram o forte de Rih. Ela não queria simplesmente surfar numa onda ou fazer coisas que qualquer outro artista poderia fazer, porque de um lado ela poderia ser eternamente comparada com outros artistas de excelência que chegaram antes dela e de outro ela poderia ser nivelada por baixo a partir do sucesso comercial de seus trabalhos em comparação à quem chegou depois dela. Foi um risco mais do que necessário para que ela partisse de uma hitmaker para uma game changer. Ser hitmaker é uma marca invejável, mas depois de algum tempo só os hits vão ficar, não necessariamente a sua relevância.

É possível destacar como ela, em diversos momentos, influenciou os caminhos a serem dados na música. Um exemplo muito forte e aproximadamente recente data do lançamento de “Work”. Ela tinha lançado uma colaboração com Paul McCartney, tinha lançado a música e clipes mais explícitos da sua carreira, mas ainda não era hora do álbum. Aí surgiu “Work”. O hit foi mais uma parceria bem-sucedida com Drake, mas deu passos que marcaram bem mais que seu sucesso comercial. O dancehall, palco de seu primeiro lançamento, voltou a ser sua atenção, e também do mundo todo.

Drake lançou “One Dance” poucos meses depois da colaboração com a barbadiana, também com a pegada dancehall e afrobeat. O sucesso foi instantâneo e abriu portas fora do rap para o canadense. Sia tinha colhido bons frutos como compositora e cantora antes disso, mas alcançou o topo dos charts com uma composição sua que foi descartada por Rihanna, embalada pelo mesmo dancehall e participação de Sean Paul, um dos expoentes do gênero. O movimento gerou diversos outros hits e abriu caminhos para um derivado do dancehall que até hoje está presente com força. Não é coincidência que o mercado latino tenha ficado tão aquecido depois disso.

O que nos resta é entender que todos os passos de Rihanna vão acabar influenciando os rumos que a indústria vai tomar, mesmo que agora ela esteja bastante ocupada em ser uma empresária e ícone fashion, o que faz muito sentido quando percebemos o quanto isso aumenta sua bagagem como influência mundial de ousadia, criatividade e talento. Não é preciso dizer mais nada, ela é o que nós temos de mais precioso, assim como diamantes no céu.

Gabriel Bueno é publicitário de formação, atua no mercado desde 2013 nas áreas de criação, mídia e produção. Viciado em acompanhar música, sempre disposto a comentar premiações, álbuns, videoclipes e tudo que envolve o meio musical. É o autor da coluna Decifrando, publicada no TV Pop. Siga o colunista no Twitter: @GabrielGBueno_. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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