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BRUNO LUPERI

Autor do remake de Pantanal rebate críticas por não mudar final da novela

Imagem com foto de Bruno Luperi
Bruno Luperi, autor do remake de Pantanal (foto: Globo/ Mauricio Fidalgo)

Autor da nova versão da novela Pantanal, Bruno Luperi tem sido alvo de reclamação por parte de telespectadores por não ter mudado a história de alguns personagens. Em entrevista, o neto de Benedito Ruy Barbosa, defendeu que a trama da Globo é uma obra fechada e que a produção precisou ser panejada com muita antecedência. “As mudanças que foram feitas são da ordem de produção. Por exemplo, não conseguimos gravar tudo no Pantanal por conta da pandemia, de problemas de elenco, de acidentes internos… A gente tem que adaptar isso. Não é uma mudança de rumo. O rumo é este, a novela está estabelecida. É obra fechada, sim. Fiquei à disposição da direção e ainda estou, para alterar o que for preciso para a história acontecer”, afirmou o novelista em conversa com a coluna da jornalista Patricia Kogut, no jornal O Globo.

“As pessoas não imaginam o trabalho que é fazer uma novela, ainda mais fora do eixo Rio-São Paulo. Lógico que o público está com aquela sensação de que uma canetada vai resolver a vida dele e mudar o curso de um personagem ou de outro. Mas eles não podem ser mudados. Não estou escrevendo capítulo com base no sucesso de um núcleo ou de outro. Estou reescrevendo situações porque não conseguimos gravar”, explicou. “Para a novela acontecer, uma cena precisa passar para outro cenário, as ações precisam acontecer de um determinado jeito… Tem questões comerciais que, para entrarem na novela, eu preciso mexer. Estou de plantão para ajudar. Se mudo aqui, muda todo um cálculo de produção que inviabiliza a novela. As pessoas precisam entender. Uma coisa é mudar um diálogo, tirar uma cena. Mas grandes rumos não podem ser alterados. O público tem que aceitar”, disparou o roteirista.

Uma das reclamações do público que acompanha a novela Pantanal foi a saída de Trindade (Gabriel Sater). Os telespectadores imploraram para que Luperi deixasse o peão ser feliz ao lado de Irma (Camila Morgado). O romance da ex-cunhada de José Leôncio (Marcos Palmeira) com José Lucas (Irandhir Santos) não agradou nas redes sociais. “Se eu mostrar as mensagens que mandam, cada um tem uma solução para a novela, e uma é diferente da outra. A gente se sente dono. É como a Seleção Brasileira, um patrimônio público. Mas, no caso desta novela, infelizmente tem que ser assim. É uma adaptação. Se mudar, deixa de ser Pantanal. Meu compromisso é com a novela, é fazer a história acontecer. A saga dos Leôncio e dos Marruá é o grande arco central.”

“As pessoas gostaram, assimilaram a obra e estão encantadas, ao ponto de quererem determinar o curso que ela vai seguir. Fico muito feliz, mas também triste, porque não dá para agradar a todos. Lá atrás, convidaram o Almir Sater para fazer Ana Raio & Zé Trovão [1990]. Foi uma curva de rio que não dá muito para desviar, no meu entendimento. Outra pessoa poderia fazer diferente. Poderia ser melhor ou pior. Fiz o que acreditei”, continuou o responsável pela novela Pantanal. “É mérito do Gabriel [Sater] também, do carisma que ele tem. Não é só um ator brilhante, mas um músico sensacional. O público ficou doido por ele. E a Camila é sensacional. É um casal que deu química, difícil de desfazer. Mas a vida é assim. Casais são desfeitos. Vamos ver até o final. Eu considero que as decisões que podiam ser tomadas foram tomadas. É muito mais confortável olhar de fora e apontar”, finalizou Bruno Luperi.

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