Após nove anos longe das novelas, Cláudia Abreu está de volta à Globo. A atriz está no elenco da novela Dona de Mim, trama das sete, onde interpreta Filipa, uma mulher marcada por frustrações pessoais e profissionais que recebe o diagnóstico de transtorno bipolar. Segundo a artista, foi justamente a oportunidade de abordar o tema da saúde mental que a motivou a aceitar o papel.
“Muita gente sofre por não ter um diagnóstico. Se for uma mulher, então, muitas vezes é chamada de maluca, histérica. Quando o diagnóstico vem, também chega com ele o estigma”, afirmou. Para ela, interpretar Filipa é uma forma de dar visibilidade a um transtorno comum, mas ainda cercado de preconceitos. “A bipolaridade não é uma escolha, não é algo que a pessoa pode simplesmente controlar”, disse a atriz.
Cláudia Abreu também destacou que a personagem vai além do clichê da instabilidade emocional. “Não é apenas sobre interpretar uma personagem divertida, alegre, que também pode ficar deprimida ou agressiva. É sobre ajudar o público a falar mais sobre esse transtorno de humor”, explicou.
Outro fator decisivo para a volta foi a parceria com Tony Ramos, com quem já contracenou em Belíssima (2005). “Nunca perderia a oportunidade de contracenar com ele novamente. Tony é aquela luz da televisão, né? Ele também me faz rir, me desconcentra bastante”, contou Cláudia Abreu.
A atriz também comentou sobre o novo modelo de contrato com a emissora. Depois de 37 anos de vínculo fixo, ela optou por trabalhar por obra. “Sempre quis ter liberdade. Também sempre tive uma relação maravilhosa com a Globo, de sair e voltar. Se observar a minha história, vai perceber que fiquei vários períodos sem fazer novelas, embora tenha feito muitas. E, justamente por isso, não tinha renovado”, declarou.
“Escolhi ser livre, dona da minha carreira, da minha vida, e poder fazer muito cinema, teatro. Sempre tive um caminho natural de poder aproveitar as coisas que a vida me trazia e também aproveitar as coisas que a Globo me trazia”, disse em conversa com a Folha de S.Paulo.
