Marcelo Médici foi o convidado do Conversa com Bial e compartilhou histórias do início da carreira, destacando encontros marcantes com Ronald Golias (1929-2005) e Zilda Cardoso (1936-2019), além de fazer uma análise sobre o momento atual da comédia no país.
Durante o bate-papo, o ator relembrou com carinho a oportunidade de contracenar com Golias, a quem classificou como “mito”. A conversa também trouxe à tona um conselho decisivo que recebeu de Zilda Cardoso, eterna Catifunda de A Praça é Nossa. “Ela mandou eu sair da Praça. Trabalhando lá. ‘Sai daqui o quanto antes’”, contou Marcelo Médici.
Questionado por Pedro Bial sobre o motivo do alerta, Marcelo Médici explicou: “Ela teve uma carreira toda em cima de uma personagem. Era chamada de Catifunda. Poucas pessoas sabiam o nome dela. Essa é a tragédia do comediante de um personagem”, contou. O ator interpretou Zóinho e reforçou a importância de buscar versatilidade e evitar o estigma de um papel único na carreira artística.
O apresentador aproveitou o gancho para comentar sobre o humor atual. Pedro Bial destacou a dificuldade das novas gerações em equilibrar o humor popular com um conteúdo mais refinado, citando ícones como Chico Anysio (1931-2012) e Jô Soares (1938-2022) como exemplos de artistas que conseguiam atingir o grande público com inteligência.
Marcelo Médici afirmou que acredita que as pessoas não têm interesse por quem veio antes. “Acho que é um pouquinho da falta de interesse por quem veio antes”, disse. Para ele, o problema está na ausência de referências e na desconexão com o legado dos grandes nomes que construíram a base do humor brasileiro.
