Marcos Oliveira, intérprete do Beiçola em A Grande Família (2001-2014), falou sobre a rotina no Retiro dos Artistas, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde vive desde abril. Em depoimento a um mini documentário do abrigo, o ator destacou a importância do local como suporte para artistas que encontram dificuldade para se manter ativos no mercado.
“O Retiro é maravilhoso. É um encontro de pessoas já com uma certa idade, que o mercado não aceita, e aqui você tem um amparo”, afirmou o ator. “É difícil restabelecer sua condição de vida, de saúde e aprendizado para continuar no trabalho, na produtividade”, disse o veterano.
Marcos Oliveira lamentou que, além da falta de oportunidades, veteranos ainda enfrentem preconceito. “As pessoas não querem você, porque você é um velho, fracassado, motivo de deboche. Riem muito da sua cara. Fica sempre uma coisa meio duvidosa: até que ponto você foi engraçado e até que ponto: ‘Ah, olha lá, tá vendo. Tá lá no Retiro, se perdeu…’”, disse.
Durante a entrevista, o eterno Beiçola também abordou o etarismo no setor e disse que busca se manter atualizado. “Estou fazendo uma coisa maravilhosa, que eu tenho que agradecer muito ao Retiro dos Artistas. Eu sempre tenho aula de dublagem. Temos que ter essa condição de vida de não parar. De sempre estar se atualizando”, contou.
O ator destacou que não quer viver apenas de lembranças. “Tem uma sociedade e um monte de gente voltando para trás, com esse sentimentalismo do passado. Que, claro, foi maravilhoso, mas foi do passado. Eu quero ir para frente, fazer coisas novas. Não quero ficar no passado. Eu não estou morto. Estou muito vivo e quero trabalhar”, completou.


