Camila Pitanga foi chamada de “mulata” por Mano Brown durante participação no podcast Mano a Mano, em um episódio que também contou com a presença de seu pai, o ator Antonio Pitanga. A atriz reafirmou sua identidade racial como mulher negra e discordou da rotulação imposta.
A situação ocorreu durante uma conversa sobre ancestralidade, quando o rapper questionou se poderia chamá-la de “mulata”. “Você é mulher mulata? Posso usar esse termo ou não?“, perguntou o artista. “Negra”, respondeu Camila Pitanga. Mano Brown insistiu em seu ponto de vista. “Você sabe que a gente é lido como pardo, certo?”, disse, ao explicar sua visão. A atriz reforçou sua posição. “Tudo bem, mas eu não me chamo de parda”, declarou.
O apresentador tentou aprofundar seu raciocínio. “Eu também não, mas mulato eu sou e eu entendo como a gente é lido. Não adianta eu querer ser o blue [retinto], as pessoas me leem como o brown [negro de pele clara]. Certo? E na vida é assim: o mais escuro é o mais escuro, a gente é mais claro, porque a gente teve mistura e tal”, declarou.
“E você é lida dessa forma. Eu já vi debates sobre a sua raça e sobre a minha. Sim. Se você é negra ou não. Então, por isso que eu te pergunto: a visão, a forma como ele [Antonio Pitanga, pai dela] é visto, é diferente de você. Certo?”, disse. Camila Pitanga ressaltou que não se preocupa com a forma como é vista pelos outros. “Mas uma coisa é como me veem e como eu me vejo”, afirmou.
“Como você se vê, Camila?”, quis saber Mano Brown. “Como uma mulher negra em movimento. A questão é que, tendo esse baobá do meu lado, tendo Benedita da Silva como também parte da minha ancestralidade, sendo filha de Vera Manhães, tendo essa ancestralidade forte e muito clara no meu horizonte, na minha raiz, eu sei que a gente, quando sabe de si, se coloca com força para o mundo. E isso tem, isso, você não precisa do outro para se reconhecer, se validar”, respondeu.


