Marion Cotillard falou sobre o desafio de interpretar uma executiva na quarta temporada de The Morning Show, série da Apple TV+. Em entrevista ao UOL, a atriz refletiu sobre o papel da imprensa e sobre como sua percepção em relação ao jornalismo mudou nos últimos anos.
“É difícil hoje ter jornalismo independente, o que é algo que a gente precisa tão profundamente. Minha ideia sobre a mídia mudou porque a mídia está mudando. Tenho a sensação de que há dez, 20 anos, entregar notícias era entregar fatos. Hoje é entregar opiniões cada vez mais”, disse Marion.
Na trama, ela vive Celine Dumont, herdeira de uma família poderosa que assume a presidência do conselho da UBN Francesa. A personagem passa por cima de rivais e da própria ética para provar que é capaz de comandar o conglomerado de mídia, mesmo que isso afete sua vida pessoal.
A atriz de The Morning Show também destacou como a produção coloca em pauta os dilemas da busca pela verdade. “A busca pela verdade é subjetiva, de certa forma. A busca pela objetividade é subjetiva, o que é interessante. E é por isso que eu acho que os jornalistas têm um trabalho humano muito interessante. Você tem que se questionar constantemente. Quando você para de se questionar, e não só no jornalismo, é quando você entra no mundo da falta de autenticidade”, contou.
O elenco concorda que a série mantém atual a discussão sobre os riscos do jornalismo na era das fake news e da polarização. Billy Crudup, que interpreta Cory, o CEO da UBN, ressaltou a importância de defender a liberdade de imprensa. “A série continua a mostrar o perigo que o jornalismo está enfrentando e eu suponho que, sendo uma pessoa que foi criada para investir no poder de ter uma imprensa independente e livre nos Estados Unidos para a sociedade democrática, eu sempre senti que é importante promover essas ideias”, disse.
