A Globo foi condenada a pagar uma indenização de R$ 150 mil a uma mulher que foi acusada de atuar ao lado de traficantes, em 2018. A reportagem mostrou uma operação policial que prendeu uma quadrilha em Paulínia, no interior de São Paulo, e mostrava a mulher como responsável pelo controle financeiro dos bandidos. De acordo com a coluna de Rogério Gentile, do UOL, a ação foi aberta contra a líder de audiência e a EPTV — que é afiliada da emissora na região de Campinas e também foi condenada.
A mulher foi presa, mas conseguiu mostrar através de sua ficha de antecedentes criminais que nunca teve nenhuma acusação. Ela foi solta rapidamente, mas a reportagem feita pela Globo ficou no site do canal até 2023. O advogado Gustavo Pereira da Silva, que representa a vítima, afirmou que a emissora teve um “ato de extrema imprudência e irresponsabilidade jornalística”, o que teria induzido milhares de pessoas, entre vizinhos e familiares, a acreditarem que ela tinha a ver com o crime.
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A defesa da vítima ainda avaliou que a cliente “é uma pessoa humilde e honesta, que nunca praticou sequer uma contravenção penal”. A Globo e a EPTV se defenderam dizendo que apenas divulgaram os registros oficiais da polícia sobre a investigação, se limitando a retratar o que aconteceu. O juiz Lucas Evangelinos afirmou que a emissora violou o compromisso ético ao manter o vídeo que mostra a imagem da mulher na internet, mesmo ela tendo sido inocentada. “A manutenção do vídeo sem edição é um claro abuso de direito”, disse na sentença.
A Globo e a EPTV ainda podem recorrer, mas terão que fazer a edição do vídeo. A indenização de R$ 150 mil deverá ser acrescida de juros e correção monetária.
