Intérprete de Gigi em Volta por Cima, Rodrigo Fagundes falou sobre o novo momento de seu personagem na trama das 19h da TV Globo. O artista comemorou que ex-rico da novela não tenha empacado em um estereótipo, já que ganhou uma série de desdobramentos na história, principalmente com a descoberta de que é filho de Belisa (Betty Faria) — ele acreditava que era irmão da veterana. O ator se mostrou feliz com o romance que Gigi tem vivido com o personagem de Bruno Fagundes e torceu para que role uma cena de beijo.
Em entrevista ao Notícias da TV, o artista elogiou os rumos criados pela autora Claudia Souto para o seu papel. “Eu já sabia que ele não seria essa coisa do chaveirinho, da bicha de estimação. Ele tem uma história dele, que ia começar mais pra frente. Às vezes Gigi respondia mais às tramas da Joyce, de a família não ter dinheiro. Era uma vida mais fútil, no início da novela ele tem uns momentos engraçados e tal, mostra que ele passa uns perrengues, é roubado, mas não tinha muita consequência ainda”, declarou.
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“A autora é incrível nisso, a cada hora alguém vai ter um momento na novela, ela nunca deixa ninguém abandonado. Ela tem um cuidado com os personagens que é admirável. Fico feliz de saber que o Gigi tá tendo esse momento. E vai ter muito mais, ele vai ficar meio seduzido com aquele mundo ali [da contravenção]. Mas acho que uma hora talvez ele se assuste, ele não está acostumado com aquele mundo. E o Gerson talvez seja o grande muro que vai bater na frente dele”, continuou.
O intérprete de Gigi torce para que a autora escreva cenas mais intensas. “Espero que isso faça com que o personagem tenha mais cenas desafiadoras, já tá tendo. E também com o personagem do Bruno [Fagundes], o Bernardo. A gente tá fazendo uma coisa tão mocinho de novela, de se apaixonar, de quase rolar e não rolar. Isso tem tido uma repercussão na rua que vocês não acreditam. Um dia fui com o Bruno pra quadra do Salgueiro com a Viviane Araujo, e as pessoas ficaram agarrando a gente, falando que a gente tinha que ficar junto, que a gente era lindo. Um público de senhoras, dos próprios gays, de homens [héteros]”, comentou.
Rodrigo Fagundes também falou sobre a importância de ter representatividade do amor na tela. “É muito importante a gente normalizar os afetos. A gente existe, a gente tá aí, não tá fazendo nada pra ofender ninguém, muito pelo contrário. A gente existe e tá fazendo muito com o coração. Tá mostrando dois homens gays, que já são situados no mundo, mas têm essa solidão e estão tentando se encontrar. Tá sendo muito bonito a maneira como tá sendo construído. Tô muito feliz desse caminho que Gigi tá trilhando”, declarou.
O ator afirmou que, tendo beijo ou não, tem torcido pela trama de Gigi com Bernardo. “Tô apaixonado por essa trama do Gigi e do Bernardo. Conheci o Bruno em Cara e Coragem (2022), o amo muito, ele é meu amigo, empreendedor, talentosíssimo, bonito. Mais do que ter um beijo dos dois ou não, que espero que tenha, é uma consequência de uma vontade, de um sentimento bonito. Torço pra que tenha tudo isso”, comentou.
“Mas uma coisa que a gente tá discutindo na novela é que o Gigi em algum momento vai sentir um pouco a diferença de idade deles, de o Bernardo ser mais padrão e Gigi não ser. Essa abordagem vai ter na novela. Achei isso incrível, dá para as pessoas se relacionarem mais ainda. Gigi vai ficar tipo: ‘será que estou gostando dele mesmo, mas ele é mais novo do que eu, ele é lindo, não que eu não seja, mas não sei o que’. Tem questões, mas ele vai descobrir que tá apaixonado pelo Bernardo, e o Bernardo por ele”.
“Eu e o Bruno, a gente morre de rir e a gente tá feliz. Tive essa sorte de ter um colega de cena que é um amigo, com quem eu posso jogar, pular, que eu sei que não vou me esborrachar. Muito pelo contrário, vou voar. A gente tá voando junto”, concluiu.
Censura em Volta por Cima
Rodrigo Fagundes lamentou um corte de cena feito pela Globo em novembro do ano passado. A sequência em questão propunha um relacionamento homoafetivo entre os personagens de Rodrigo Fagundes, Amaury Lorenzo e Roxelle Isadora Cruz. O ator apontou o corte como “censura” e “homofobia” por parte da líder de audiência.
