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Record implora e Bolsonaro barra abertura de capital estrangeiro na mídia

Imagem do presidente Jair Bolsonaro sendo abençoado pelo bispo Edir Macedo
Após pedido de Edir Macedo, dono da Record, Bolsonaro barrou abertura de capital estrangeiro na mídia (foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atendeu a um pedido do bispo Edir Macedo, dono da Record, e barrou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que prevê uma reforma na legislação da radiodifusão e a entrada de capital estrangeiro na mídia. Atualmente, a participação financeira de grupos internacionais está limitada a 30%.

Apesar das concorrentes da Record -Globo, Band e RedeTV!- discordarem dos mecanismos de abertura existentes na minuta, elas são a favor da entrada integral dos estrangeiros no país. De acordo com informações da Folha de S.Paulo, as outras emissoras viram a postura da Record como forma de retardar a internacionalização das concorrentes, que procuram por parceiros globais.

Segundo assessores do Palácio do Planalto, o pleito da Record, apoiadora do governo, aconteceu em uma conversa de Bolsonaro com Macedo há dois meses. A assessoria de imprensa do religioso disse que “jamais conversou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre qualquer assunto relacionado a propostas de emenda constitucional”.

Ainda de acordo com a publicação, Bolsonaro teria concordado que a entrada de estrangeiros poderia colocar em risco seu plano de reeleição em 2022 e o avanço das emissoras que tornaram-se próximas ao Planalto em busca de verba federal. “Esse governo é totalmente contrário à entrada de estrangeiros”, disse Fábio Faria, ministro das Comunicações. “E digo mais: nem o PT é a favor dessa abertura”, finalizou o marido de Patricia Abravanel.

Bolsonaro diz que acabou com contrato de banco que patrocinava a Globo

Jair Bolsonaro foi o responsável pelo fim de um vínculo de 16 anos do Banco do Brasil com a Globo. A instituição bancária patrocinou o Bom Dia Brasil durante 16 anos e encerrou o contrato com o telejornal matinal de maior audiência do país em meados de 2019, durante o primeiro ano de mandato do atual Presidente da República. A revelação foi feita pelo político durante uma entrevista ao apresentador Sikêra Jr. na edição de quarta-feira (27) do Alerta Nacional, da RedeTV!. “A gente não deve nada a ninguém”, afirmou ele.

“Aquela emissora leva aproximadamente 20% do bolo do Governo Federal. Nós já reduzimos em 80% o total do bolo, que ao invés de dar 80% para aquela grande TV, nós estamos dando apenas 20%, porque nós somos obrigados a fazer alguma propaganda lá também. Quando eu assumi, o Banco do Brasil estava patrocinando um jornal matutino. Eu perguntei o porque disso, se tinha que patrocinar. E mandei sair fora dali, porque a gente patrocinava coisa contra a gente mesmo. E eu não quero ser blindado, quero que falem a verdade”, disparou ele, sem citar a Globo ou o nome do Bom Dia Brasil. No entanto, ele era o único telejornal matinal que contava com patrocínio da instituição.

Mesmo com o fim do vínculo da estatal, o noticiário da Globo não ficou muito tempo sem patrocínio. Dois dias depois do encerramento do contrato com o banco, o telejornal passou a contar com o oferecimento da Ford, que deu lugar para a Fiat em meados de 2020. No mesmo ano, o noticioso trocou novamente de patrocinador e passou a ser oferecido pela montadora Jeep, que segue como a principal anunciante do programa até hoje.

Em seu primeiro ano no cargo mais importante da República, Jair Bolsonaro foi responsável por uma substancial redução no investimento em publicidade na líder de audiência. Em 2018, durante o governo de Michel Temer, a Globo faturou cerca de R$ 400 milhões líquidos apenas com propagandas de órgãos governamentais. No ano seguinte, o valor despencou para R$ 150 milhões.

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