Jeniffer Nascimento, que vive a protagonista de Êta Mundo Melhor!, falou sobre o retorno da personagem para a trama de uma maneira totalmente diferente da primeira versão. Em entrevista exclusiva ao TV Pop, a atriz abriu o jogo e revelou como construiu essa transformação em Dita, que agora é uma cantora de rádio. “Bom, eu falo que está muito melhor a reparação histórica da Dita, né? Que vai sair da serviçal à grande rainha da rádio”, iniciou ela.
“Essa parte cantora é uma novidade para a personagem, porque antes a Dita não cantava. Mas, acho que agora a Dita vem muito mais madura, muito mais resiliente. Agora ela já passou por um casamento, ela já foi mãe. Assim como a Jennifer na vida também. Então, acho que a minha maturidade como mulher também vai contribuir para essa Dita mais empoderada, mais determinada, que eu tenho certeza que vai inspirar muito as pessoas”, contou a atriz, explicitando a fala sobre a nova fase de Dita ser uma reparação histórica.
“Quando a gente fala de uma novela de época e quando a gente fala do passado, o preto realmente, somente era ilustrado nesse lugar de serviçal, nesse lugar oriunda e da escravidão. E muitas coisas e influências, inclusive, da nossa cultura, tem o berço na cultura negra e houve um apagamento, as pessoas não falam sobre isso. Como, por exemplo, quando a gente foi estudar aqui no workshop da novela sobre esse universo caipira, a gente descobriu que a primeira pessoa a gravar uma música no Brasil e que era uma música caipira foi um palhaço negro”, relata.
“E se você olha hoje para a música sertaneja, nós não temos artistas pretos cantando esse segmento”, acrescenta Jeniffer Nascimento. “Houve um apagamento cultural. Então, a Dita, uma mulher preta sendo rainha da rádio, pra mim é muito mais que uma reparação histórica de serviçal à cantora da rádio. É mostrar também o quanto a gente tem influência na cultura, não só do país, mas do mundo, e essas histórias não eram contadas. Então eu tô muito feliz de estar fazendo parte disso”, completa.
Jeniffer Nascimento também falou sobre trabalhar com Sergi Guizé, contando o que mudou na dinâmica entre Dita e Candinho. “Bom, eu já tinha trabalhado com o Guizé em Eta Mundo Bom!, porém os nossos personagens não se cruzaram muito, porque quando a Dita chega no sítio, o Candinho já foi pra cidade grande, então a gente tinha pouca troca. Depois eu encontrei o Guizé em Popstar, e agora a gente tá tendo a oportunidade de trocar mais. Tá sendo um prazer, o Guizé é um grande ator, extremamente estudioso, é um parceiro muito disponível”, confessou.
“Tá sendo muito legal a nossa troca, ele é muito disponível, tem muito jogo e acho que o Candinho e a Dita tem um lugar muito parecido, que é um lugar de ingenuidade, de pureza, eles veem tudo de positivo das pessoas, o mundo tá caindo em cima deles e eles sempre tão vendo que no final tudo vai dar certo”, completa ela, que acredita que os dois irão se complementar no momento certo para ambos.
“Candinho tá duvidando um pouco do tudo que acontece de ruim é pra melhorar porque o filho sumiu, a Dita chega e mostra que ele tem que continuar acreditando nisso e em contrapartida ele é essa pessoa pra ela porque ela chega na cidade grande e ela não se sente acolhida, e o Candinho que acolhe e mostra pra ela que sempre vão ter pessoas boas como a gente passa”, completa a atriz, que aproveitou para comentar como espera que o público acompanhe a jornada da personagem.
“Eu acho que a Dita é uma personagem que vai inspirar muitas mulheres. Apesar de a gente falar de uma época, de uma novela de época, muitas questões que a Dita vai passar ainda são pautas hoje em dia. E acho que a Dita é uma personagem muito corajosa. De ir na década de 50, bancar, ser chamada de desquitada e acabar com um casamento onde ela não estava mais sendo feliz e em busca de realizar os seus sonhos para criar o seu filho, sabe? Eu espero que muitas mulheres se inspirem na Dita e corram atrás dos seus sonhos, porque nunca é tarde para ser feliz”, finaliza.
