A Justiça de Minas Gerais condenou uma ex-funcionária de Alexandre Pires por desvio de mais de R$ 1,5 milhão do cantor e de sua mulher, Sara Campos. Uiara Regina Cardoso Teixeira recebeu pena de 16 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mas poderá recorrer em liberdade. O marido dela, Elcione Cassiano, foi condenado a seis anos em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.
De acordo com a sentença, o casal passou a levar uma vida de luxo incompatível com a renda de Uiara, que recebia cerca de R$ 4 mil mensais para cuidar das finanças pessoais e empresariais do artista. O esquema teria ocorrido entre 2014 e 2018 e envolvia acesso irrestrito a contas bancárias, cheques em branco e bens comprados em nome do casal, mas entregues em endereços de terceiros.
O relacionamento profissional entre as partes começou após o casamento de Alexandre Pires, em 2008. Uiara era tida como pessoa de confiança e passou a controlar todas as movimentações contábeis da família. Testemunhas relataram que ela descontava cheques com valores acima do necessário, alegando despesas não detalhadas de Sara, além de omitir informações da contabilidade mensal.
Relatos de funcionários e documentos levantados na investigação apontam que a ex-funcionária desviava valores por meio de pagamentos indevidos, compras de materiais de construção e habilitação de chips telefônicos em nome próprio. Um dos indícios citados foi a aquisição de uma Pajero e um apartamento em Caldas Novas, além de reformas em sua residência sem origem compatível com seus rendimentos.
O casal percebeu irregularidades após notar mudanças no padrão de vida da funcionária. O episódio decisivo ocorreu em uma viagem à Argentina, quando Alexandre Pires e Sara viram grande quantia de dinheiro na bolsa de Uiara. Após o desligamento da funcionária, o casal contratou uma auditoria que identificou desvios e bens adquiridos de forma fraudulenta.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais considerou que as compras em nome de Sara, mas entregues a outros endereços, reforçam o uso indevido dos recursos. A sentença também destacou o uso de empréstimos não justificados, falta de prestação de contas e ocultação de dados contábeis. O caso ainda cabe recurso.


