O SporTV estreia neste domingo (6), às 20h, a série documental Homens de Preto, que retrata a trajetória de Arnaldo Cezar Coelho e outros três árbitros históricos do futebol brasileiro. A produção é dividida em quatro episódios e mergulha nos bastidores da carreira de juízes que marcaram época no esporte.
Além de Arnaldo Cezar Coelho, fazem parte da série Armando Marques, José Roberto Wright e Romualdo Arppi Filho. Os episódios discutem não só os grandes jogos e decisões polêmicas, mas também temas como inclusão, racismo, autoritarismo, vaidade, masculinidade e solidão. O conteúdo também traz imagens de arquivo e depoimentos exclusivos de nomes como Galvão Bueno, Casagrande, Tino Marcos e do maestro João Carlos Martins.
Referência da arbitragem nacional, Arnaldo Cezar Coelho refletiu sobre os sacrifícios feitos ao longo das décadas. “Foram 60 anos praticamente sem fim de semana. Sessenta anos que perdi aniversários de família, dos filhos e os meus aniversários”, relatou. Ele ainda destacou o que espera da nova geração de árbitros: “O legado que deixo é que eles respeitem e se façam respeitar”, disse.
Carreira de Arnaldo Cezar Coelho
Arnaldo Cezar Coelho começou a carreira como árbitro na década de 1960 e em 1989 foi convidado para trabalhar na Globo por Armando Nogueira (1927-2010), responsável pela implantação do jornalismo na emissora carioca. O ex-comentarista afirmou que o salário não era tão legal, mas os benefícios valiam a pena em comparação com o que ganhava no futebol.
“Me chamaram para almoçar e eu topei… Boca livre, 0800 e fui almoçar com o Armando Nogueira. Eles perguntaram se eu podia ser um consultor e eu falei que não pegava bem eu apitar e trabalhar como consultor. Eu falei que tinha um nome para eles e eles não gostaram. Eu falei que ia pensar, contei para a minha mulher, eu tinha mais quatro anos para apitar. Eu voltei no Armando e falei que topava”, contou ele em conversa com Galvão Bueno.
O ex-contratado da Globo é o árbitro que mais apitou jogos do Campeonato Brasileiro, com 291 partidas pela competição e um dos dois árbitros brasileiros com maior número de atuações em Copas do Mundo, com sete vezes, sendo quatro como árbitro principal e as restantes como auxiliar. “Eu fiz um contrato, me deram plano de saúde, que eu não tinha no futebol, não era uma grana tão legal, tinha um ticket restaurante para eu comprar no mercado”, detalhou.
