A Globo decidiu mudar sua política de produção de novelas e passou a trabalhar com roteiros muito mais adiantados. As tramas das seis, das sete e das nove têm começado com dezenas de capítulos prontos, o que tem gerado reclamações entre autores e colaboradores da dramaturgia da emissora. A mudança limita a possibilidade de ajustes rápidos durante a exibição dos folhetins.
De acordo com informações da coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo, roteiristas que participam de novelas em andamento confirmam que a medida busca reduzir custos operacionais. Com mais roteiros entregues, as equipes de produção conseguem antecipar gravações e otimizar recursos técnicos e artísticos. No entanto, a estratégia tem causado polêmica interna e desconforto entre autores.
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Entre os principais impactos apontados está a dificuldade de responder a críticas do público. Se alguma parte da trama ou arco de personagem for mal recebida, há pouca margem para correções. As histórias ficam engessadas, já que os capítulos futuros já foram gravados ou estão prontos para gravação, o que reduz a interação com a recepção do público.
A novela das seis Êta Mundo Melhor!, recém-lançada, e a próxima trama das nove, Três Graças, que estreia em outubro substituindo Vale Tudo, são exemplos da nova política da Globo. Ambas já contam com quase cem capítulos escritos, o que representa mais da metade da novela antes mesmo da estreia no horário nobre da Globo.
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Apesar disso, há algumas exceções. O remake de Vale Tudo, que também adiantou muitos capítulos, conseguiu inserir uma nova trama envolvendo um bebê reborn. A situação ganhou repercussão nas redes sociais, e a equipe de roteiristas incluiu a novidade para aproveitar o tema em alta, mesmo com o planejamento de capítulos já avançado.
Antigamente, a Globo costumava manter apenas 30 capítulos escritos antes da estreia, permitindo uma resposta mais ágil a erros de condução ou rejeições iniciais. No entanto, essa flexibilidade foi reduzida drasticamente. Procurada pela publicação, a emissora não se manifestou oficialmente sobre a mudança de estratégia na produção dos folhetins.
