Nadja Haddad relembrou o drama que viveu após o parto prematuro extremo de seus filhos gêmeos. Um dos bebês, Antonio, morreu duas semanas após o nascimento. José, o outro filho, ficou seis meses internado na UTI e passou por diversas cirurgias. A comunicadora desabafou sobre o luto e a superação.
“Vivi um deserto constante. Eram altos e baixos. Num dia, recebia uma notícia boa de manhã e, à tarde, já não era tão bom assim. Hoje, vendo meu filho se desenvolvendo, lindo, saudável, ainda sinto que estou vivendo um sonho”, afirmou em conversa com a Folha de S.Paulo. Ela tentou engravidar por muito tempo e foi surpreendida por complicações ainda durante a gestação.
Segundo Nadja Haddad, o momento mais difícil foi a perda de Antonio. “Esse já foi o primeiro choque. O parto prematuro extremo foi o segundo choque, e aí veio o pior momento: a perda de um dos bebês”, contou. Mesmo após a alta hospitalar, os cuidados com José continuaram intensos. “A gente só vence até que o bebê atinja a idade corrigida de acordo com a cronológica”, declarou.
A jornalista afirma que se tornou uma voz ativa sobre o tema da prematuridade e do luto materno. “Prematuridade e luto maternal são assuntos pouco falados. Ainda existe algo obscuro, as pessoas evitam. Mas tem que ser falado. Se abastecer de informação alivia e ajuda a gente a passar pelas situações”, explicou.
Nadja Haddad pontuou que é importante verbalizar a dor e tem feito palestras. “Costumo dizer que minha dor vai curar a dor de outras pessoas. Quanto mais eu verbalizar, mais vou me curar”, declarou. Ela se tornou mãe após os 40 anos e diz que o processo foi marcado por frustração e desafios. “Fui mãe depois dos 40 e fui uma mãe que não vivi todos os sonhos de uma gestação. Aliás, nenhum sonho. Foi tudo extremamente frustrado, perdi um filho, o outro ficou lutando pela vida e muito mal”, disse.


