A Globo exibirá no Supercine deste sábado (09) o filme O Amanhã É Hoje. Lançado em 2023, é estrelado por Javier Gutiérrez, Carmen Machi, Asier Rikarte, Carla Díaz. A produção foi dirigida por Nacho G. Velila. O filme do Supercine mostra o surgimento de recursos dramáticos, refletidos sobretudo no sofrimento dos pais.
Assim, além da parte mais engraçada, o filme se abre para reflexões sobre a passagem do tempo, o papel dos pais na criação dos filhos, a perda de entes queridos e até mesmo a denúncia da violência de gênero. Uma série de temas que acrescentam um certo amargor e nostalgia ao mero entretenimento, e que recai fundamentalmente sobre a personagem de Pili (Carmen Machi), uma mulher de cerca de cinquenta anos que deve tomar as rédeas da criação da sua família, tanto no seu tempo real como no futuro.
Juntamente com o seu marido José Luis (Javier Gutiérrez), esse pai teimoso a quem o recurso da viagem no tempo dá uma segunda oportunidade para corrigir os seus erros, forma um casamento enraizado na comédia tradicional espanhola (a referência a Gracita Morales ou a inspiração de Javier Gutiérrez em José Luis López Vázquez para desenvolver a sua personagem).
Essa tentativa de enriquecer o filme, indo além de seu mecanismo puramente humorístico, reside em seu valor positivo, mas também traz consigo a desvantagem de lidar com uma cacofonia de gêneros, eventos fantásticos e elementos dramáticos que nem sempre se encaixam bem, acabando por desequilibrar o resultado final. Há algumas sequências muito bem executadas, como a edição paralela, a visualização de imagens do diário da filha ou o trabalho com as músicas que articulam a história, mas, no geral, há uma certa artificialidade na montagem de todas as partes que compõem o conto, incluindo sua coda final, o que tende a suavizar seu lado amargo.
