LUTO NA MÚSICA

Criador do Samba da Globalização, Arlindo Cruz morre aos 66 anos

Cantor e compositor estava afastado dos palcos desde 2017, quando sofreu um AVC hemorrágico e passou a lidar com sequelas e internações frequentes

Foto do cantor Arlindo Cruz
Arlindo Cruz morreu aos 66 anos (foto: Reprodução/Redes Sociais)

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O sambista Arlindo Cruz morreu no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. A morte foi confirmada pela mulher dele, Babi Cruz. Um dos principais nomes do gênero, o cantor e compositor estava afastado dos palcos desde março de 2017, quando sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico. Desde então, enfrentou sequelas da doença e passou por internações recorrentes. Um dos trabalhos mais icônicos do artista foi o Samba da Globalização, que embalou uma campanha institucional da Globo no final da década de 2000 e no início dos anos 2010.

Nascido em 14 de setembro de 1958, no Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho destacou-se como cantor, compositor e multi-instrumentista, com talento para cavaquinho, banjo e violão. Recebeu o primeiro cavaquinho aos sete anos e, aos 12, já tocava músicas de ouvido. Mais tarde, estudou teoria musical e violão clássico, iniciando a carreira profissional em rodas de samba ao lado de Candeia, seu “padrinho musical”.

As primeiras gravações de Arlindo tiveram a participação de Candeia, incluindo o LP Roda de Samba. Na adolescência, viveu em Barbacena (MG), onde venceu festivais locais. De volta ao Rio, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos, dividindo espaço com Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto. Foi nesse ambiente que firmou parceria com Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Após se destacar como compositor, teve músicas gravadas por artistas como Beth Carvalho e Alcione. Em seguida, entrou para o Fundo de Quintal, substituindo Jorge Aragão, e permaneceu no grupo por 12 anos. Entre os sucessos da fase estão Seja sambista também, Castelo Cera e O Mapa da Mina. Ao todo, mais de 550 composições suas foram gravadas por diferentes intérpretes. Arlindo também foi presença marcante no carnaval carioca. Pelo Império Serrano, venceu disputas de samba-enredo em 1996, 1999, 2001, 2003, 2006 e 2007.

Em 2008, assinou o samba da Grande Rio. Em 2023, foi homenageado como enredo da escola que considerava seu coração. Paralelamente, manteve carreira solo com CDs e DVDs, incluindo Batuques e Romances (2011) e Batuques do Meu Lugar (2012), com participações de Alcione, Caetano Veloso e Zeca Pagodinho. Uma de suas últimas aparições na TV foi no programa É Gol!!!, do SporTV, no início de 2017, quando cantou sucessos e comentou a paixão pelo Flamengo.

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