TUDO QUADRADO

Oscar Magrini diz que politicamente correto “deixou a TV chata”

Ator afirmou que personagens como o Ralf, de O Rei do Gado, não seriam possíveis hoje

Oscar Magrini
Oscar Magrini critica politicamente correto nas novelas (foto: Reprodução/Internet)

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Longe da televisão desde a novela Gênesis (2021), na Record, Oscar Magrini criticou o politicamente correto nas novelas e o uso crescente de influenciadores digitais em elencos. Em entrevista ao site de Heloisa Tolipan, o ator afirmou que personagens como o Ralf, de O Rei do Gado (1996), não seriam possíveis atualmente devido à forma como o público e o mercado lidam com temas como violência contra a mulher.

O artista declarou que iniciou a carreira no teatro em 1990, completou 35 anos de trajetória e acumula 40 novelas. Ele disse acreditar que produtores de elenco mais jovens não conhecem atores de gerações anteriores e citou fatores logísticos e de custo como possíveis barreiras para sua contratação.

“Hoje, de um elenco com 45, você conhece 8, 10. Todo mundo tem que começar, claro. Se tem talento, sim. A gente também começou um dia. Mas o que a gente vê hoje é que muitos desses que chegam não são atores. Isso tirou o trabalho de quem estudou, de quem se preparou. A culpa não é deles – é de quem contrata. É um tiro no pé. E está aí o resultado nas audiências”, relatou.

Sobre Ralf, declarou que o papel, que envolvia agressões a mulheres, seria inviável nos dias de hoje e que um remake mudaria totalmente a abordagem. Para o ator, o excesso de regras e preocupações transformou a TV em um ambiente “quadrado” e “chato”. “O Ralf talvez fosse gay, teria um caso com o Rei do Gado, não com a mulher. Porque, tendo um caso com o homem, talvez se resolvessem na briga sem que isso recaísse numa agressão à mulher. O que, claro, seria impossível”, disse.

Oscar Magrini afirmou que personagens deveriam provocar reflexão, mas que hoje tudo é alvo de críticas e cancelamentos nas redes sociais. “A televisão ficou quadrada. Eu sou uma pessoa pública, tenho que pensar três vezes antes de contar uma piada, de falar alguma coisa. Senão, me xingam, me lacram. É o pessoal da lacração, do mimimi, do cancelamento”, disse.

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